Mais de cem centrais químicas ameaçam meio ambiente chinês
2006-01-25
Mais de cem centrais químicas no litoral e nos rios chineses representam um "risco evidente" para a segurança ecológica, assinalou o principal responsável pelo meio ambiente do país, Zhou Shengxian. "A China tem 21 mil centrais químicas, mais de 50% delas às margens dos rios Yang Tse e Amarelo. Nesta situação, caso surgisse um problema as conseqüências seriam inimagináveis", advertiu Zhou, diretor da Administração Estatal de Proteção do Meio Ambiente.
O número de centrais químicas, um perigo sobre o qual as organizações ecológicas nacionais e internacionais alertam há anos, foi divulgado na terça-feira (24/01) pela primeira vez, após a avaliação implementada pelo governo por causa do desastre ecológico no rio Songhua, em novembro. Zhou ressaltou que muitas centrais supervisionadas não efetuaram estudos de impacto ambiental e, além disso, estão localizadas em lugares "inadequados".
Também assegurou que os resultados finais da investigação sobre essas centrais serão publicados depois das festas do Ano Novo Lunar, que começam neste domingo (29/01).
Durante a entrevista coletiva, Zhou anunciou que a segurança dos peixes e do gado que bebe a água do Songhua está garantida, e que não foi encontrado nitrobenzeno nos poços subterrâneos. No entanto, fontes de organizações internacionais explicaram que o degelo poderia lançar ao rio toxinas que neste momento estão "congeladas" na corrente.
"A concentração de nitrobenzeno no rio pode aumentar (com o degelo), mas não superará os padrões nacionais em grande escala", assegurou durante a conferência Chen Jining, da Universidade de Tsinghua. Mais de cem investigadores participam da avaliação sobre o impacto ecológico causado pelo despejo tóxico no rio Songhua, provocado em 13 de novembro pela explosão em uma central petroquímica.
Quatro milhões de pessoas ficaram sem água devido à contaminação, que chegou até a Rússia e gerou uma onda de críticas contra o governo chinês, por ter omitido o caso durante dez dias.
(Efe / Estadão, 24/01/06)