Baratas invadem espaços públicos em Santa Cruz do Sul
2006-01-25
Se todas as pessoas tivessem um piripaque quando vissem uma barata, Santa Cruz do Sul teria um bando de gente pulando histericamente neste verão. Os insetos com fama de sujeira literalmente invadiram as ruas e calçadas. “Basta sair à noite e ver grupos delas andando juntas, sem discriminar bairros de classe média, alta ou baixa. Elas estão por todo lugar”, escreveu uma leitora, em recente carta publicada na Gazeta do Sul.
A professora Angela Freitas Rohr também “está com nojo” de caminhar por aí. “Esses dias eu estava em uma sorveteria quando várias baratas apareceram. Tive que levantar os pés, pois podem até subir nas pernas”, disse ela. “Alguma coisa tem que ser feita. Elas começam a correr pela rua, e não é de hoje. Ano passado já foi assim.”
Segundo a Vigilância Sanitária, a melhor forma de combate ao problema é cada cidadão cuidar do próprio ambiente doméstico, procurando ao máximo manter a casa higienicamente protegida. De acordo com a veterinária Jaqueline Hoffmann e o químico Mario César Righi Dias, responsáveis interinamente pela Vigilância no município, a aplicação de produtos químicos de combate aos insetos está inviabilizada pela lei federal nº 9.605, de fevereiro de 1998.
A medida define os crimes contra o meio ambiente e estipula pena de detenção, de um a três anos, para quem causar danos a espécies aquáticas existentes em rios, açudes e outros, devido à emissão de substâncias que possam ter esse efeito, como os pesticidas. Qualquer aplicação química no sistema de esgotos cairia fatalmente no Rio Pardinho, com danos ambientais previsíveis.
O aumento da incidência de baratas ocorre, conforme os técnicos, por causas determinadas. O esgoto não tratado cria condições favoráveis para atrair os insetos. Mas, o problema maior não está nos bueiros, e sim nos ambientes domésticos descuidados. A barata, que tem hábitos noturnos, é atraída pelos locais onde pode encontrar alimento. Por isso, gosta muito de circular por casas e estabelecimentos onde encontra traços de maus cuidados.
(Gazeta do Sul, 25/1)