Famílias vivem da coleta seletiva em Capão da Canoa
2006-01-25
A parceria entre uma associação de catadores de lixo e a Prefeitura de Capão da Canoa está mudando a realidade de 30 famílias do município litorâneo. O trabalho consiste na triagem dos resíduos secos, encaminhados pelo município a um galpão de triagem localizado no quilômetro 5 da Estrada da Laguna.
Além de ampliar a renda, as melhores condições de trabalho aumentaram a auto-estima dos participantes. A intenção é ampliar o número de trabalhadores envolvidos e, com isso, amenizar o problema da grande quantidade de catadores nas ruas, principalmente no verão. A coleta seletiva, implantada em 2001, garante a renda das famílias carentes do município.
Antes de participar da Associação dos Agentes Econômicos Ecológicos de Capão, o grupo, formado principalmente por mulheres, trabalhava em lixões ou nas ruas, segundo a bióloga do município e coordenadora do galpão de triagem, Marisa Freitas.
Os trabalhadores dividem todo o lucro obtido com a venda dos fardos de material para reciclagem e contam ainda com transporte até o local, distribuição de cestas básicas e recolhimento para o INSS. "O enfoque não é apenas econômico, mas também ecológico", ressalta Marisa. Segundo ela, os ganhos para o município envolvem o aumento da vida útil do aterro, a limpeza geral e melhorias na qualidade de vida de moradores e veranistas.
"Além da triagem, queremos que eles tenham condições de realizar o processamento", destacou. A idéia, segundo ela, é buscar recursos privados para a compra de equipamentos e para a construção de uma nova unidade, que reuniria os catadores que ainda atuam nas ruas.
Dados da Prefeitura apontam que durante o inverno existem na cidade cerca de 170 pessoas que se dedicam à atividade, número que quase dobra durante o veraneio. Para acomodar os catadores que ainda atuam nas ruas, a prefeitura busca parcerias com empresas a fim de construir um outro galpão. Junto à unidade utilizada atualmente um empresário financiará a construção de uma creche para os cerca de 49 filhos dos trabalhadores. A presidente da associação, Gessy dos Santos, ressalta que além de incrementar a renda das famílias carentes de Capão, a parceria facilita o trabalho.
(CP, 25/1)