Lagoa Rodrigo de Freitas corre risco de ter nova mortandade de peixes
2006-01-25
A cena deprimente tem tudo para acontecer mais uma vez: toneladas de peixes asfixiados pela falta de oxigênio podem aparecer boiando na Lagoa Rodrigo de Freitas. O alerta, dado ao Ministério Público pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) na semana passada, acusa não a temperatura alta, mas os lançamentos de esgoto como causa do fenômeno.
No carnaval do ano passado, assim como nos de 2000 e 2001, toneladas de savelhas mortas foram recolhidas pela Comlurb. Nas ocasiões, afirmou-se que a causa da mortandade era a superpopulação de peixes e a alta temperatura da água, que chegou a 30 graus.
- Estamos tendo dias muito quentes agora. No ano passado a mortandade aconteceu depois de uma forte chuva. As comportas dos canais tiveram que ser abertas e o esgoto entrou na Lagoa, propiciando um fenômeno conhecido como eutroficação - disse o assessor de meio ambiente do Crea, Adacto Ottoni.
A eutroficação é o aumento excessivo de matéria orgânica que provoca crescimento exagerado de algas. Esses organismos competem com os peixes pelo oxigênio e liberam toxinas ao se decomporem.
A promotora de Meio Ambiente Denise Tarin disse que o relatório do Crea já está no inquérito civil existente sobre a poluição da Lagoa. Com base nisso foi firmado um termo de ajustamento de conduta pela Cedae. Agora, disse, cabe avaliar o cumprimento desse termo por parte da empresa.
(O Globo, 24/01)