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2006-01-25
O surgimento de diversos casos de doenças transmitidas pelo contato ou ingestão de água contaminada nos arroios do município que desembocam no Rio Caí gerou discussão dentro da Administração municipal em Montenegro. O alerta foi dado por uma enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde e Ação Social (SMSAS). "Não sei nem como eles colocaram aqueles salva-vidas lá", argumentou, questionando a qualidade da água do Balneário Municipal Afonso Kunrath, o "Baixio", em relação a banhos.

Outro local polêmico é o Arroio da Cria, junto aos bairros Germano Henke e Aeroclube, onde várias crianças já foram contaminadas com conjuntivite, dermatites e otite externa. A enfermeira explica que o município não tem tratamento pluvial, tratamento de esgoto, portanto tudo vai direto para o rio Caí. Ela relata que as bactérias e os vírus causadores dessas doenças estão na água e nas areias do rio, em toda a extensão dentro da cidade.

Na quarta-feira (18/1), a referida enfermeira denunciou os riscos que a população estava correndo ao banhar-se em águas impróprias, como arroios e rio Caí. Ela também destacou que, no posto do Programa Saúde da Família (PSF) da Germano Henke, estão aparecendo diversos casos das doenças citadas devido aos banhos no Arroio da Cria e que em outro posto de atendimento médico da cidade apareceram casos de hepatite A devido a banhos tomados no Arroio Montenegro. "A nossa parte, nós estamos fazendo, que é alertar a comunidade sobre os riscos que estão correndo", esclareceu.

Na sexta-feira (20/1) à tarde, a enfermeira pediu para as informações não serem divulgadas, nem seu nome, pois teria recebido "ordens superiores". A assessora especial da SMSAS, Iria Camargo, foi contatada, e confirmou que tais dados não deveriam ser divulgados, dizendo que seriam contraditórios, já que o diretor de Meio Ambiente do município, André Venâncio Alves, havia informado, em 13 de janeiro, que era seguro tomar banho no Baixio. "Eu não quero complicação para o meu lado", lamentou-se a enfermeira. André está de férias e não foi localizado para falar do caso.

SMAM afirma que o Baixio é seguro
Mesmo após as afirmações da enfermeira, o secretário substituto de Agricultura e Meio Ambiente, Ubiratan Citó, confirmou os dados passados por André Venâncio. Ubiratan afirma que foi feita análise de balneabilidade do Baixio e que deu positiva. Ele informa que serão feitas outras análises, mas não sabe precisar quando. Sobre a análise já feita, Citó não soube informar quando foi realizada. Porém, afirmou que não havia necessidade de ser feita uma por semana e que as chuvas dos últimos dias haviam "limpado o rio".

PSF 1 alerta quanto a banhos no arroio da Cria
Os profissionais do Programa de Saúde da Família (PSF 1) confirmaram os dados passados pela enfermeira da SMSAS referentes ao arroio da Cria. A responsável pelo posto, enfermeira Patrícia Barros, afirma que está atendendo de três a quatro casos diários de impetigo – infecção bacteriana decorrente da contaminação de lesões ou ferimentos preexistentes na pele –, otite externa e conjuntivite, doenças relacionadas à falta de higiene e banho em locais impróprios. Essa questão começou a chamar a atenção da responsável pelo PSF 1. Ela conta que o arroio da Cria atravessa os bairros Germano Henke e Aeroclube. Na parte habitada desse arroio existem três "prainhas", onde as crianças costumam ir se refrescar. Porém, essas águas estão impróprias para banho. "Atendemos cerca de três a quatro pacientes por dia com problemas por tomarem banho no arroio", destaca.

As enfermeiras estão preocupadas, pois conjuntivite e hepatite A são altamente contagiosas. "Nós estamos fazendo nossa parte. Agora eles têm de fazer a deles, que é de cuidar da própria saúde", afirma Patrícia. Em alguns pontos, já existem placas proibindo a entrada e o banho, mas, segundo a comunidade não está respeitando.

Proprietários não sabem o que fazer
Os proprietários e responsáveis pelas propriedades pelas quais passam o Arroio da Cria estão revoltados. Eles não quiseram se identificar, mas afirmaram que não sabem mais o que fazer. O responsável por uma chácara, na qual fica localizada uma das "prainhas", diz que já foi chamada a Polícia, que informou que eles deveriam colocar uma placa informando que era propriedade privada. "Isso foi feito, mas não mudou nada. Essas crianças continuam vindo se banhar aqui." Alguns cavalos e bois se banham neste mesmo local, o que, segundo as enfermeiras, pode estar piorando a situação de risco.

Médico faz alerta
O médico do PSF 1, pós-graduando em Medicina da Família e da Comunidade, Marcelo Dias Dall’Agnol, diz que o problema de doenças como Conjuntivite e Hepatite A é que são altamente contagiosas. Destaca que a situação é grave e que a única maneira da população se prevenir é não se banhando em local impróprio e mantendo higiene pessoal adequada. "O impetigo pode levar até mesmo a infecções generalizadas quando associadas à desnutrição", ressalta. Ele explica que impetingo são doenças bacterianas na pele. Se não tratadas evoluem para furunculoses. Já as otites externas podem evoluir para otites médias e perfuração do tímpano.
(por Roberta Baptista de Azevedo - Jornal Ibiá, 24/1)

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