BNDES financia com R$ 136 milhões parque eólico no Rio Grande do Norte
2006-01-24
Já foram licenciados 145 empreendimentos de energia eólica no País A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 136 milhões à Enerbrasil – Energias Renováveis do Brasil Ltda., subsidiária da empresa espanhola Iberenova, braço do grupo Iberdrola no segmento de fontes renováveis. A operação de crédito corresponde a 65% do investimento total do projeto, que será de R$ 209 milhões, com a Enerbrasil aplicando R$ 73 milhões com recursos próprios.
O projeto financiado pelo BNDES destina-se à implantação de um parque gerador de energia eólica no município de Rio do Fogo, ao norte de Natal, no Rio Grande do Norte. Com capacidade instalada para produzir 49,3 MW, a configuração técnica do projeto prevê a utilização de 62 turbinas aerogeradoras de 800 kW de potência unitária.
Investimento – Aprovado no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), o crédito foi dividido pelo BNDES em duas modalidades, com R$ 68 milhões financiados diretamente à Enerbrasil e os restantes R$ 68 milhões repassados pelo Banco ABN Amro Real como agente financeiro do BNDES.
O parque eólico ficará situado em uma área de litoral, próximo à infra-estrutura rodoviária e com interligação à rede elétrica da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern). O terreno possui dunas fixas e móveis, com até 40 m de altura. Os aerogeradores serão instalados sobre as dunas fixas, que têm vegetação rasteira e variam de 9 m a 42 m de altura.
A empresa compromete-se a buscar o aproveitamento de trabalhadores locais ao contratar mão-de-obra para construção e operação do empreendimento, com impactos sociais positivos na região.
Geração – As turbinas do parque eólico têm variação de velocidade, de direção do rotor e de posicionamento da hélice, com controles ativos e acionados por sensores inteligentes. Essas características propiciam maior eficiência aerodinâmica e permitem a operação do sistema com efetiva geração de energia a partir de ventos de baixa velocidade, de 3 metros por segundo.
A energia elétrica gerada utilizará as redes de distribuição da Cosern, que também pertence ao grupo espanhol Iberdrola, que está presente no Brasil desde 1997, quando constituiu a Neoenergia, e desde então já investiu mais de R$ 10 bilhões em energia elétrica. Além da Cosern, o grupo controla também as concessionárias Coelba (Bahia) e a Celpe (Pernambuco), entre outras empresas do setor.
Proinfa – Criado pelo governo federal com o objetivo de estimular investimentos em geração de energia elétrica, o Proinfa contempla três diferentes fontes consideradas alternativas: biomassa, eólica e pequenas centrais hidrelétricas. Por serem renováveis, essas três fontes constituem opções de geração ambientalmente correta, que possibilitam formação de créditos de carbono.
Uma das principais características do Proinfa é a atuação da Eletrobrás, que contrata com os participantes do programa a compra de energia por 20 anos, garantindo pagamento mínimo de 70% do total contratado.
Atualmente, existem no Brasil apenas 28,6 MW instalados de energia eólica, em 11 empreendimentos, além de turbinas de pequeno porte, que funcionam em áreas isoladas, sem acesso ao sistema interligado nacional. Com o Proinfa, haverá um salto significativo na capacidade instalada de energia eólica, pois a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já outorgou licença para instalação de 145 empreendimentos, totalizando 6.646 MW de potência, e já foram contratados 1.400 MW para entrada em operação até dezembro de 2007.
(BNDES, 23/01)