Gasoduto do Vale do Aço inicia o fornecimento
2006-01-24
A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) iniciou o fornecimento de gás natural para o primeiro cliente do gasoduto de 320 quilômetros de extensão, que sai de Congonhas, nas imediações da região metropolitana de Belo Horizonte, com destino ao Vale do Aço, onde estão localizadas as grandes siderúrgicas do estado. A despeito do seu objetivo de atender a mega-indústrias, o usuário que inaugura o serviço é um posto de combustíveis, o Feirauto 2, no município de São Brás do Suaçuí, que receberá 150 mil metros cúbicos/mês.
Nos próximos dias será iniciado o fornecimento de gás para a mineradora Ferteco, subsidiária da Cia. Vale do Rio Doce e para a siderúrgica Açominas, de propriedade do grupo Gerdau. Até o final do semestre será a vez da metalúrgica Novellis (ex-Alcan), que produz alumínio no município de Ouro Preto. A expectativa é a de que até dezembro do próximo ano o gasoduto alcance sua principal área de consumo, que é a região formada pelos municípios de Timóteo, Ipatinga e Belo Oriente. Essas cidades sediam, respectivamente, as siderúrgicas Acesita, Usiminas e a fábrica de celulose da Cenibra.
Quase todos os grandes contratos de fornecimento já foram assinados, com destaque para as siderúrgicas Acesita e Belgo Mineira, ambas de propriedade do Grupo Arcelor, com valores que somam R$ 250 milhões, por um período de seis anos. Em decorrência desse acordo, o gás natural canalizado substituirá o gás liquefeito de petróleo, que atualmente chega às usinas de 300 carretas mensais e que faz desse trecho da BR 381 um dos mais perigosos do país.
Atualmente, a Gasmig fornece 1,5 milhão de metros cúbicos/dia ao longo do seu único gasoduto, que entra em Minas em Juiz de Fora. Em Congonhas está sendo aberto o ramal para o Vale do Aço. Além dos atuais 1,5 milhão de metros cúbicos diários fornecidos basicamente ao parque industrial de Belo Horizonte e a quase uma centena de postos de gasolina instalados nas imediações da linha do gasoduto, a Gasmig tem contrato para fornecimento de mais de 1 milhão de metros cúbicos diários a uma usina termoelétrica em Juiz de Fora, de propriedade da Cia. Cataguazes-Leopoldina e outros 500 mil metros cúbicos diários à termoelétrica de Ibirité, na região metropolitana, de propriedade compartilhada pela Petrobras e Fiat do Brasil.
(Gazeta Mercantil, 23/01)