Secretaria de Meio Ambiente de Gramado faz campanha para limpeza de fossas
2006-01-24
Para reforçar as ações de despoluição das cascatas e arroios de Gramado, a secretaria municipal do Meio Ambiente de Gramado estará promovendo nos próximos dias uma campanha para estimular a limpeza anual das “fossas sépticas” dos condomínios, residências e estabelecimentos comerciais da cidade. As fossas sépticas desempenham um papel fundamental no combate a doenças, verminoses e endemias, como a cólera, além de colaborar para a não poluição dos recursos hídricos da cidade.
O biólogo Erivelton Tomazzoni Gonçalves, da secretaria do Meio Ambiente, explica que a fossa nada mais é do que um tanque enterrado no solo, que recebe os dejetos, retendo a parte sólida e iniciando o processo biológico de purificação da parte efluente ou líquida. Ele destaca que os locais onde não há rede pública de esgoto cloacal existem duas maneiras de distribuir esses efluentes no solo, sendo através de valas de infiltração ou sumidouros.
Em Gramado, devido à característica natural do solo (que é raso e de baixa permeabilidade), parte do esgoto gerado acaba não sendo absorvido. Assim, se torna freqüente a instalação clandestina por parte da população de um “extravasor” do sumidouro, para escoar o excedente na rede pluvial, que tem somente a função de conduzir as águas das chuvas até o arroio mais próximo. A rede pluvial, por sua vez, acaba levando este excedente aos arroios da região, causando problemas ambientais como odores, morte da fauna e degradação da paisagem.
Para a fossa séptica funcionar corretamente é necessário que ela possua um tamanho apropriado à quantidade de esgoto gerado. “Além disso, deve ser feita a limpeza anual para a retirada do lodo que vai se depositando com seu uso, o que evita o lançamento dos dejetos humanos não tratados diretamente em rios, lagos, nascentes ou mesmo na superfície do solo”, recomendou Gonçalves.
O secretário municipal de meio Ambiente, Luiz Antônio Barbacovi, destaca que a campanha para a limpeza de fossas é de vital importância para a sociedade, pois, no momento em que houver uma conscientização por parte da comunidade, também haverá uma forma simples e econômica de diminuir a poluição nos mananciais de água. “Evitaremos inúmeras doenças provenientes desta poluição, pois essa é a melhor forma de agirmos nos locais nos quais a rede de esgoto cloacal ainda não chegou”, comenta Barbacovi.
Para o vice-presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMDEMA), Paulo Dreschler, a limpeza das fossas sépticas é uma forma de aliviar a demanda de tratamento de esgoto, além de diminuir a poluição dos rios e lagos de Gramado. “A cidade conta com uma rede de tratamento de esgoto cloacal, mas não cobre todas as áreas”, comenta Dreschler. Ele também sugere que os estabelecimentos comerciais que não são atingidos pela rede pública de tratamento de esgoto cloacal façam a limpeza de suas fossas, “pois estarão contribuindo para a despoluição dos corpos hídricos no município”.
A limpeza anual das fossas sépticas está estabelecida no Código de Posturas da cidade, através do artigo 57, que prevê a limpeza periódica, não excedendo o prazo de um ano.
(Jornal de Gramado, 24/1)