Projeto Manati deverá dobrar produção de gás natural na Bahia
2006-01-24
Falta pouco para o início das operações do Projeto Manati, que até o final
deste ano vai dobrar a produção de gás natural na Bahia, que passará de seis
para 12 milhões de metros³/dia. Na semana passada, o consórcio detentor do
projeto, formado pelas empresas Petrobras, Queiroz Galvão e Petroserv,
trouxe à costa de Cairu, a 160 quilômetros de Salvador, a plataforma PA-29,
que realizou com sucesso a sondagem geotécnica do solo do local.
Trata-se de um procedimento de praxe: antes da implantação de uma plataforma
marítima, é preciso conhecer a composição e a resistência do solo onde serão
fincadas as bases de sustentação dessa estrutura de produção. "Realizamos
esse estudo para garantir as condições de segurança da futura plataforma
fixa do projeto Manati", diz Antonio Rivas, gerente geral de Exploração e
Produção da Petrobras na Bahia. Segundo ele, a futura plataforma, que será
implantada no local após essa sondagem, foi desenvolvida a partir de um
modelo que incorpora as mais avançadas soluções tecnológicas de engenharia e
segurança, com baixo impacto no cenário ambiental e visual da região.
A plataforma fixa de produção do Manati será posicionada a 10km do litoral
do município de Cairu, em profundidade de 35 metros, para onde fluirá o gás
proveniente dos sete poços que serão perfurados nas proximidades. O
escoamento da produção de gás do Campo de Manati seguirá desta plataforma
através de um gasoduto de 125km até uma unidade de tratamento no município
de São Francisco do Conde, onde o gás será especificado para entrega ao
mercado.
As obras do gasoduto Manati passaram pelos municípios de São Francisco do
Conde, Salinas da Margarida, Maragogipe, Jaguaripe e Valença, além da área
da Baía de Todos os Santos e área oceânica em frente a Guaibim, no município
de Valença e Ilha de Tinharé, no município de Cairu.
Acordos – Durante a implantação do duto marítimo foram realizados vários acordos com
as diversas comunidades da área de influência do projeto, que em determinados
momentos se depararam, por exemplo, com áreas de restrição à pesca. De
acordo com Robério Ramos, gerente do Ativo de Manati, todas as compensações
vêm sendo feitas. "As comunidades, de uma maneira geral, se externam uma
grande esperança na mudança da qualidade de vida com a chegada do projeto",
avalia Robério Ramos.
"E não é para menos. Com a produção de gás natural virão os royalties e
impostos que vão contribuir para o desenvolvimento sustentável do baixo sul
do estado", destacou.
O gerente informa que os trabalhadores da obra recebem treinamento sobre
temas relacionados com a caracterização ambiental da região, noções de
legislação ambiental, descarte de resíduos, normas de conduta, além do
Diálogo Diário de Segurança (DDS), através do qual são discutidos temas
sobre segurança no trabalho.
"Vários programas foram realizados ao longo dos últimos meses com o objetivo
de preservar o meio ambiente, a exemplo do plano de resgate e monitoramento
de fauna e flora terrestre", diz o gerente, explicando que são realizados
também o monitoramento de fauna marinha, incluindo baleias, golfinhos e
tartarugas, bem como o controle da qualidade das águas, monitoramento de
manguezais, entre outros.
(GM, 23/01)