Líderes do noroeste do Paquistão denunciam uso de gás tóxico contra civis
2006-01-24
Líderes nacionalistas do Balochistão, no noroeste do Paquistão, acusaram segunda-feira (23/01) as forças de segurança paquistanesas de usarem gases tóxicos contra civis e solicitaram a intervenção da ONU para controlar a situação. Em carta dirigida ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e assinada por 13 membros da Assembléia Provincial do Balochistão, o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, é comparado ao ex-ditador iraquiano Saddam Hussein.
"Seu Exército brutal usa gases tóxicos para matar civis inocentes no Balochistão em sua atual ofensiva militar contra os que se atreveram a exigir seus direitos", afirma a carta, segundo o secretário de Informação do partido Nacional do Balochistão, Sanaullah Baloch.
A província do Balochistão, um território rico em minerais e em que existe um forte movimento separatista, foi cenário nos últimos meses de freqüentes confrontos entre as forças de segurança e os separatistas. Quinze pessoas, entre elas nove civis e seis agentes de segurança, morreram nos incidentes ocorridos neste fim de semana nesta área conflituosa, onde, segundo Baloch, 75 pessoas morreram e 227 ficaram feridas nos confrontos ocorridos apenas neste mês.
A Polícia de Quetta, a capital da província, disse que estes números são exagerados e que a calma voltou ao lugar, já que não ocorreu nenhum incidente violento desde ontem. As autoridades paquistanesas qualificam os separatistas de "terroristas", e estes e os membros das tribos locais afirmam que o Governo quer controlar as reservas de petróleo e gás da região.
(EFE, 23/01/06)