Obras de gasodutos obtêm reforço
2006-01-23
Os desembolsos do BNDES para a construção de gasodutos dispararam
em 2005, atingindo R$ 1,8 bilhão, mais de dez vezes o volume no ano
interior. O movimento reflete o esforço da área de infra-estrutura do
banco para apoiar projetos que garantam o suprimento de energia nos
próximos anos, diz o vice-presidente da instituição, Demian Fiocca, que
defende maior integração dos parques geradores de energia da América do
Sul. Dentre os projetos apoiados em 2005 estão o Gasoduto Coari-Manaus e
trechos do Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene).
Para Fiocca, a América Latina está em posição “confortável” com relação
ao fornecimento de energia, mas deve aprofundar a integração entre os
diferentes potenciais energéticos que possui, investindo em projetos
como o gasoduto ligando a Venezuela a Buenos Aires, em estudo.
A integração energética provoca ganhos de eficiência e reduz a
necessidade de ampliação do parque gerador, já que é possível aproveitar
hidrologias e fusos horários diferentes, completa o chefe do
departamento de energia do banco, Nelson Siffert. “Quando chove muito no
Norte do continente é período de seca no Sul e vice-versa”, explica.
O vice-presidente do BNDES admite que o processo de integração é lento e depende de uma série de acordos bilaterais. Mas destaca que o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), em operação desde o fim dos anos 90, é o melhor exemplo de que pode funcionar. A área de gás, por sinal, está entre as prioridades do banco, que apóia principais projetos de gasodutos do país. O BNDES tem encontrado dificuldades para financiar a expansão das redes de distribuição do combustível, operadas por concessionárias estaduais. Na maior parte dos casos, essas empresas são controladas pelos governos do estado onde atuam e, por isso, estão limitadas a receber financiamento de instituições públicas.
(CP, 21/01)