Escorpiões assustam Tenente Portela
2006-01-20
O calor levou visitantes indesejáveis e dolorosos a Tenente Portela, no
noroeste do Estado. Escorpiões proliferaram, saíram de entulhos para entrar
no pátio e nas casas de moradores.
Três pessoas já teriam sido picadas nas últimas semanas, mas apenas uma
procurou atendimento médico e ficou em observação no Hospital Santo Antônio.
Cerca de 300 animais foram capturados, desde setembro, quando a temperatura
começou a se elevar.
O foco dos escorpiões é principalmente as ruas Tamandaré e Guaporé, perto do
Centro, onde residem 52 famílias. A presença deles é freqüente há cerca de
quatro anos.
Os animais são da espécie Tityus costatus , conhecido como escorpião-manchado,
por ter uma coloração amarela e marrom. O grau de toxicidade dele é baixo,
mas a ferroada provoca dor intensa, vermelhidão e edema. Segundo o fiscal da
Vigilância Sanitária do município José Zimmermann, a suspeita é de que os
animais tenham proliferado em uma serraria desativada, que pode ter trazido
os escorpiões com madeira do Paraná e de Santa Catarina, ou em um bosque
municipal.
- Vamos abrir um buraco em uma localidade do interior, colocar entulhos e a
serragem ali dentro e colocar veneno-, conta Zimmermann.
Para acabar com os animais, até uma exceção no código de posturas local
deverá ser concedida. Proibida na área urbana, a criação de galinhas será
liberada para as famílias cadastradas. É que essas aves são uma das principais
inimigas dos escorpiões.
Não há registro de mortes provocadas pelo escorpião-manchado, conforme a
coordenadora do Núcleo de Toxinas Naturais do Centro de Informações
Toxicológicas do Estado, Maria da Graça Marques. Uma das medidas para o
controle dos animais é não atrair insetos para as casas.
- O escorpião se alimenta de insetos, e a barata é o filé mignon dele. Atrás
da sujeira e restos de comida, vem a barata e depois o escorpião-, explica
Maria da Graça.
Em caso de picada, deve-se procurar atendimento médico e, se possível,
capturar o animal. (ZH, 20/01)