Prefeitura de Florianópolis flagra 40 mil litros de esgoto ligados à rede pluvial
2006-01-20
A operação da Prefeitura de Florianópolis que há uma semana procura ligações clandestinas de esgoto na praia dos Ingleses já retirou 40 mil litros de esgoto do sistema de escoamento pluvial da localidade. Até quarta-feira, foram lacradas 48 ligações clandestinas e aplicadas seis multas. O chefe da Vigilância em Saúde, Edson Luis de Oliveira, garante que a operação continua até o problema ser solucionado.
Desde 16 de dezembro, equipes formadas por membros da Vigilância em Saúde, Defesa Civil e Casan procuram ligações clandestinas de esgoto em toda a Ilha, mas a região dos Ingleses recebeu tratamento diferenciado por ser considerada o ponto mais crítico. Operam na localidade entre 15 e 20 pessoas, que formam quatro equipes de saneamento. Eles já vistoriaram 293 residências, 208 bocas-de-lobo, 34 pontos de visita da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), 27 sistemas individuais de tratamento e 34 residências coletivas - como condomínios, hotéis e pousadas. Foram aplicados 96 testes de azul-de-metileno e desobstruídos 776 metros de galerias pluviais - de onde foram tirados os 40 mil litros de esgoto.
Além dos seis proprietários que foram multados, outros 16 receberam intimação e prazo de 72 horas para regularizar a situação. Entretanto, a maior parte das ligações clandestinas são encontradas e lacradas na rua, sem que seja possível identificar a origem.
O diretor de Ingleses da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), João Guilherme Christiano, apóia a ação, mas cobra soluções definitivas para o problema, como a construção de uma central de tratamento de esgoto. Ele não acredita que esse tipo de operação prolongada cause má impressão aos turistas que visitam o balneário. "O que causa má impressão é o cheiro ruim", afirma.
Segundo a Prefeitura e a Casan, a solução definitiva viria com a construção de uma estação de tratamento de esgoto e de um emissor submarino que despejaria os resíduos tratados em alto-mar. Na segunda-feira, engenheiros da Casan se reuniram com o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Ingleses e Santinho para discutir a questão. Eles disseram aos conselheiros que as obras podem levar até três anos para serem concluídas, por causa do tempo necessário para a realização das licitações e de um estudo de impacto ambiental. Morador dos Ingleses e membro do Conseg, Joel Mendonça diz que o órgão vai cobrar mais rapidez para a solução definitiva e pede para que a Prefeitura seja mais rígida com quem tem esgoto clandestino. "Vieram aqui, multaram um hotel. Mais isso não adianta, tem é que fechar", considera.
(A Notícia, 20/01)