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2006-01-20
Desativado há três anos por atingir a capacidade-limite, o aterro sanitário de São Bento do Sul precisa que uma nova célula seja construída para que possa voltar a receber lixo. Atualmente, todo o material é levado para um aterro particular, em Mafra. O maior problema fica por conta do alto custo gerado pelo transporte dos resíduos, já que a distância entre os dois municípios é de cerca de 70 quilômetros.

Estima-se que sejam necessários em torno de R$ 1 milhão para a construção da nova célula. Para obter os recursos, o município já apresentou à Fundação Nacional de Saúde (Funasa) um projeto solicitando a liberação do dinheiro. Com a ampliação, o secretário municipal de Planejamento, Rubén Pereyra, acredita em sobrevida de até 30 anos para o aterro. Segundo o secretário, com a expansão, toda a estrutura do aterro será reaproveitada. Lagoas de decantação e tanques de filtragem não precisam ser refeitos. "Se tivéssemos de construir um aterro novo, os custos duplicariam", revela.

Nesta semana, representantes do Instituto de Fomento Ambiental e Social (Ifas), uma organização não-governamental de Curitiba, apresentaram o Projeto de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDLs) em São Bento do Sul. O projeto prevê a redução das emissões de gases formadores do efeito estufa, conforme o Protocolo de Kyoto, instituído em 1997, no Japão.

Os MDLs têm como objetivo permitir que os países menos industrializados possam atingir o desenvolvimento sustentável, contribuindo para o objetivo final da convenção, que é a redução das emissões de carbono. Aos países industrializados que não atingem as metas de redução de poluentes na atmosfera são oferecidas alternativas, como a implantação de projetos como os MDLs e a compra de créditos de carbono (certificados que autorizam o direito de poluir) em países menos desenvolvidos como o Brasil.(topo)

De acordo com Laís Bacilla, da Ifas, São Bento do Sul, como pólo moveleiro, gera grande quantidade de resíduos sólidos industriais de madeira durante o processo de produção, e por isso possui potencial ageração de biodiesel. "O mercado de créditos de carbono é uma oportunidade de captação de recursos para aplicação em educação ambiental, por exemplo", explica.

Os créditos de carbono são considerados uma espécie de moeda ambiental que pode ser conseguida por meio de projetos que absorvam gases de efeito estufa da atmosfera e reflorestamento. Um dos compradores dos créditos são-bentenses poderia ser a Holanda. Para isso, seria necessária a construção de uma nova célula no atual aterro municipal, no bairro Rio Vermelho.

A recuperação ambiental de lixões e a implantação de sistema de geração de energia elétrica em aterros sanitários podem ser viabilizados economicamente pela venda dos créditos de carbono, decorrentes da redução da emissão de carbono para a atmosfera. A produção diária de 40 toneladas de lixo gera dois megawatts de energia por hora.

No final de janeiro, a Ifas retorna ao município para buscar apoio de empresas privadas para a viabilização do mercado de créditos de carbono na cidade. É por meio desses créditos que o secretário Rubén Pereyra acredita que o município conseguirá os recursos necessários para a construção da nova célula no aterro sanitário.
(A Notícia, 20/01)

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