Foi aberta no final da tarde de ontem (19/1), no Museu Oceanográfico da Fundação Universidade de Rio Grande (Furg), uma exposição que tem como tema central os tubarões e raias do Rio Grande do Sul. A mostra aborda com detalhes a realidade das populações de três espécies de cações-anjo, uma espécie de viola e uma de cação- martelo.

Conforme explicou o diretor do Museu, oceanólogo Lauro Barcellos, estas espécies estão ameaçadas de extinção no litoral do Rio Grande do Sul, devido às pescarias intensas sobre estas populações ao longo de mais de 30 anos.

A exposição aborda o fato de os tubarões e raias estarem sob ameaça de extinção no Estado, os motivos desta situação e o que pode ser feito para que estes animais sejam salvos. O professor doutor Carolus Maria Vooren, do Departamento de Oceanografia da Furg, observa que os tubarões e raias são um patrimônio vivo do Rio Grande do Sul. E, sendo vivíparos (que se reproduzem parindo filhotes), estão em perigo por causa da pesca excessiva em idade anterior à da reprodução.

A mostra tem como finalidade promover a conscientização pública da conservação destas espécies no País e, especialmente, na costa gaúcha. O declínio das populações de tubarões e raias, evidenciado na década de 90, motivou a realização do Projeto "Salvar Seláquios do Sul do Brasil", coordenado pelo professor Vooren, de 2002 a 2005. Denominado Salvar, o projeto foi desenvolvido na Plataforma Sul, definida como a plataforma continental entre o Cabo de Santa Marta Grande e Chuí. O objetivo foi realizar ações necessárias para a conservação de sete espécies de elasmobrânquios da Plataforma Sul: a viola, três espécies de cações-anjo, duas espécies de tubarões-martelo e o cação-listrado. A exposição é uma das ações.

Outra foi a produção de um livro contendo uma proposta de gestão ambiental do mar do Rio Grande do Sul, para a conservação de espécies ameaçadas de tubarões e raias, conforme Vooren. O livro tem como título "Ações para a Conservação de Tubarões e Raias no Sul do Brasil" e foi lançado ontem, às 17h, junto com a abertura da exposição. (Carmem Ziebell, Jornal Agora, 20/1)