Comunidade internacional promete US$ 1,9 bi contra gripe aviária
2006-01-19
Representantes de pelo menos 100 países contribuintes e organizações internacionais reuniram-se na terça-feira (17/01), em Pequim, uma reunião destinada a arrecadar 1,5 bilhão de dólares para enfrentar uma eventual pandemia de gripe das aves. A conferência tem início um dia após a confirmação da quarta morte na Turquia provocada pela gripe aviária, onde 20 pessoas foram contaminadas desde o final de dezembro passado.
"Faltam verbas para muitos países afetados e para as agências internacionais, e isto vai retardar seriamente os esforços de prevenção e controle" da doença, disse Qiao Zhonghuai, um dos vice-ministros chineses das Relações Exteriores. "A cooperação internacional tomou uma magnitude e um caráter de urgência sem precedentes", afirmou Qiao.
Vários países enviaram seus ministros da Saúde a Pequim, o que demonstra a importância desta reunião organizada por China, Banco Mundial e União Européia (UE). Os delegados examinaram as projeções do Banco Mundial, que avalia em 800 bilhões de dólares o custo econômico e financeiro de uma pandemia de gripe aviária.
"O total pedido é pequeno se comparado com o custo de uma pandemia para a qual não estaríamos preparados", disse na conferência, por meio de um pronunciamento feito por vídeo, Kofi Annan, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Resultados
Como resultado da conferência que encerrou dia (18/01) doadores da comunidade internacional prometeram 1,9 bilhão de dólares para um fundo global de combate à gripe aviária, disse o comissário da Saúde da União Européia (UE), Markos Kyprianou, depois de uma conferência realizada em Pequim. O valor ultrapassa a meta inicial do encontro. O Banco Mundial esperava que a conferência levantasse ao menos 1,2 bilhão de dólares.
Os EUA responderam com uma promessa de cerca de 334 milhões de dólares, afirmando em um comunicado que o dinheiro deveria vir principalmente na forma de doações e de assistência técnica. O total prometido pela UE foi de quase 250 milhões de dólares.
O Banco Mundial ofereceu 500 milhões de dólares em uma linha de crédito e o presidente da entidade, Paul Wolfowtiz, disse que mais recursos eram necessários urgentemente. "Sabemos, com base em nossa experiência, que, se a comunidade internacional não der apoio a essas medidas de controle agora, o custo potencial para o mundo seria muito maior no longo prazo", disse.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) afirmou que o dinheiro era necessário antes de o vírus ser capaz de provocar uma pandemia, argumentando que o risco de surtos entre os seres humanos poderia ser diminuído se a doença fosse combatida de forma apropriada nas galinhas e patos.
O vírus matou ao menos 79 pessoas desde 2003, a maior parte delas no leste da Ásia, e os governos dos países afetados apelaram à comunidade internacional para que intensificasse as ações de combate ao H5N1, incluindo fornecer dinheiro para indenizar os proprietários de aves sacrificadas. A doença já chegou à Turquia e é endêmica em partes da Ásia, onde continua a matar pessoas e a contaminar animais.
(AFP, Reuters 18/01/06)