Pesquisa mostra que Porto Alegre é a capital com mais fumantes do País
2006-01-19
Uma pesquisa realizada em outubro e novembro do ano passado em cinco cidades
(São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília e Porto Alegre) mostrou que a
capital gaúcha é a que conta com mais fumantes no Brasil. Cerca de 48% dos
adultos porto-alegrenses são tabagistas, contra a média de 30% no País.
Quando perguntados se estão decididos a adotar algum tratamento para
abandonar o vício, 35% dos entrevistados da capital gaúcha afirmam que sim,
número maior do que os 24% no Rio de Janeiro, mas muito abaixo dos 59% em
Brasília. Durante os dois meses da pesquisa foram ouvidos 916 fumantes e
ex-fumantes nas cinco cidades com idade entre 18 e 65 anos das classe A e B.
Os dados constam de pesquisa encomendada pela Pfizer. O professor titular de
Pneumologia da Faculdade de Medicina da Pucrs, José Miguel Chatkin, explicou
que uma das conseqüências da alta taxa de fumantes é que o Rio Grande do Sul
registra as maiores incidências de doenças relacionadas ao tabaco, entre elas
o câncer de pulmão. Chatkin destaca que o alto número de fumantes pode estar
relacionado à presença forte de companhias fumageiras na região. Entre os
médicos, o tabagismo já é reconhecido como doença e o fumante, considerado um
dependente químico que deve ser tratado.
Segundo o estudo, é muito baixo o índice de pessoas que adotam tratamento
para parar de fumar. Na mostra nacional, cerca de 44% dos entrevistados
responderam que não seguem nenhum procedimento específico para parar de fumar,
32% afirmaram que tentaram usando a própria força de vontade e apenas 6% usam
medicamentos, como goma de mascar de nicotina ou antidepressivos.
Entre as principais conclusões, destaca-se o alto número de pessoas que
querem parar de fumar (93%) e que 88% dos fumantes já fizeram ao menos uma
tentativa frustrada de parar. A pesquisa confirmou que é muito difícil parar;
os fumantes geralmente têm sucesso a partir da quarta tentativa. Como
principais motivações, estão a preocupação com a saúde e o desejo de acabar
com a dependência. (JC, 19/01)