Ibama prepara ampla fiscalização contra crimes ambientais em Roraima
2006-01-19
A notícia de que ainda esta semana o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) realizaria ampla fiscalização em Roraima deixou o setor produtivo em alvoroço. A operação atenderia a demandas acumuladas desde o ano passado. O gerente substituto do Ibama, Felipe Marron, confirmou a informação sem precisar a data, supondo que seja efetivada no final deste ou início do próximo mês.
De Brasília o deputado federal Rodolfo Pereira (PDT) informou que será uma fiscalização ambiental. Para ele, a iniciativa é equivocada porque caça produtores sem apresentar alternativa com resultado na qualidade social e econômica de trabalhadores e empresários rurais contemplando o meio ambiente, a agricultura familiar e o agronegócio.
“Essas fiscalizações resultam em multas que os produtores não têm como pagar e inibem o setor produtivo na Amazônia, que não tem alternativa se não substituir florestas por produtos agropecuários. É uma política errada que não resolve a questão ambiental e atinge de frente a condição social e econômica dos produtores. A prova e exemplo disso é a agricultura familiar onde os produtores têm imensas dificuldades sociais e econômicas em todos os assentamentos em Roraima”, declarou Pereira.
O prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero (PDT), disse que também soubera de notícia sobre a atuação do Ibama, com uma diferença: a equipe fiscalizaria as obras urbanas no Município a partir desta quarta-feira. “Além disso, atuaria junto às áreas produtivas para verificar a questão ambiental”, comentou o prefeito, sem querer se estender em comentários.
IBAMA – O gerente substituto do Ibama, Orlando Marron, informou que a operação a ser desenvolvida no final deste ou início do próximo mês estava programada para 2005, utilizando dois helicópteros em várias missões. “Não posso confirmar a data. A nossa programação está sendo elaborada”.
Segundo ele, foi feito o levantamento das oito unidades de conservação e também dos escritórios regionais em Caracaraí, Pacaraima e Rorainópolis. Ontem um técnico do Ibama se reuniu com servidores da Funai para saber as demandas daquele órgão. Cada unidade de conservação terá um dia de helicóptero para checar suas denúncias.
“A demanda é grande, inclusive da Linha Verde. Em função do número de pedidos, os helicópteros deverão ficar aqui pelo menos durante um mês. Essas denúncias referem-se à degradação ambiental, desmatamento ilegal, enfim, a operação atenderá a demanda acumulada. Para dar uma idéia, a Linha Verde tem nos ligado quase todos os dias fazendo vários tipos de denúncia”, informou Felipe Marron.
O gerente substituto do Ibama não soube dizer se haveria fiscalização em áreas produtivas porque ainda dependia do pedido da Funai. “O Ibama tem notícias de desmatamentos de até 300 hectares. Se isso for constatado, nós tomaremos algumas medidas porque são áreas inacessíveis por terra”, comentou.
(Folha de Boa Vista, 18/01)