Projeto de R$ 700 mil mapeará rio Itapecuru, que abastece São Luís
2006-01-18
Pesquisadores das universidades Estadual e Federal do Maranhão, órgãos
públicos e ambientalistas vão percorrer, numa expedição, o Itapecuru, rio
genuinamente maranhense que responde por 70% do abastecimento de água de São
Luís. A iniciativa faz parte do projeto Itapecuru-Águas-Perenes, realizado
pela Assembléia Legislativa do Maranhão em parceria com a ONG Ecolegis. O rio
percorre 10 cidades ribeirinhas do Maranhão.
O projeto, que visa fazer um mapeamento ambiental do rio, é financiado pela
Petrobras, Banco do Brasil, Bradesco e outras instituições. O custo está
estimado em R$ 700 mil, e contará com o apoio do Instituto Brasileiros de
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria Estadual
de Meio Ambiente (Sema), IBGE e outros que fornecerão máquinas e equipamentos
para o trabalhos dos pesquisadores.
A expedição deveria ter sido iniciada esta semana, mas foi adiada para junho
em virtude da elevação do nível do rio por ocasião das chuvas. A elevação das
águas tornou inviável a constatação da erosão e desmatamento ao longo de suas
margens.
Os profissionais como biólogos, geógrafos, paleontólogos, engenheiros
agrônomos e outros especialistas, além de jornalistas e representantes de
organizações não-governamentais e órgãos públicos, vão se dividir em cinco
equipes, das quais quatro navegarão pelo rio Itapecuru, que tem um percurso
de 1,2 mil quilômetros, da nascente (na cidade de Mirador, a 500 quilômetros
de São Luís) à foz (em Rosário a 75 quilômetros da capital).
Uma equipe permanecerá em São Luís, com uma base instalada no São Luís
Shopping, para receber a transmissão de dados e imagens em tempo real dos
passos das equipes que percorrerão o rio. A expedição terá duração de 15 dias
e as equipes sairão simultaneamente de quatro pontos do rio.
Audiências públicas
Depois de concluído o levantamento de dados e avaliações, serão realizadas
audiências públicas nas 10 cidades ribeirinhas banhadas pelo rio. "O objetivo
é apresentar o quadro geral do rio, o que cada cidade contribui para deixá-lo
em situação degradável e, discutir soluções para que se tenham mudanças de
comportamentos, visando a preservação", explica o presidente da ONG Ecolegis,
Eli Medeiros.
Esta semana, a organização do projeto Itapecuru-Águas-Perenes, realiza uma
exposição do projeto de caráter pedagógico, no São Luís Shopping, em São Luís.
O objetivo de despertar na população maranhense a necessidade de preservação
do rio, do qual dependem cerca de três milhões de pessoas. A bacia do rio
Itapecuru envolve 52 municípios. A exposição conta com estandes que mostram a
história do rio desde a época dos dinossauros. No estande são expostos
fósseis de dinossauros e de plantas que têm entre 95 milhões a 100 milhões de
anos, encontrados ao longo do Itapecuru por paleontólogos da Universidade
Federal do Maranhão, e a Federal do Rio de Janeiro.
(GM, 18/01)