Empresas prevêem mais usinas a carvão
2006-01-18
O carvão pode substituir o gás como combustível preferido das geradoras de
eletricidade, segundo previsões da Alstom, Siemens e General Electric, três
gigantes do setor elétrico. Essas previsões, elaboradas de modo independente,
indicam que cerca de 40% dos pedidos de turbinas de eletricidade na próxima
década serão para usinas que utilizam carvão. As que empregam gás para gerar
eletricidade passarão a representar apenas entre 25% e 30% do total, informou
na segunda-feira (16/01) o jornal londrino Financial Times.
Para Philippe Joubert, presidente da divisão de energia do grupo francês
Alstom, citado pelo jornal, o mercado enfrenta uma mudança radical rumo ao
carvão. As projeções do grupo alemão Siemens levam a uma conclusão similar,
enquanto o americano General Electric acha que haverá um maior equilíbrio
quanto a pedidos de equipamentos e que o gás será muito menos dominante que
até agora.
Essa nova orientação em direção ao carvão já se tornou evidente em 2005,
quando dos 120 novos pedidos entre 20% e 30% foram para usinas alimentadas
com gás e entre 30% e 40% para geradoras que utilizavam carvão. Isso supõe
uma profunda mudança em relação ao ocorrido entre 1997 e 2001, quando o gás
era o combustível preferido entre 60% e 70% das novas usinas elétricas,
enquanto o carvão representava apenas entre 20% e 30%.
Essa mudança deve-se, segundo o FT, à invenção de novas tecnologias que
reduzem os níveis de poluição gerados pelas centrais que utilizam carvão,
assim como pelas dúvidas sobre a segurança das provisões de gás, fomentadas
pela recente disputa entre Rússia e Ucrânia. Assim, muitos países asiáticos,
dos quais deve proceder a metade dos ônus de novas usinas geradoras de
eletricidade nos próximos dez anos, não têm fácil acesso às reservas de gás.
Essa mudança para o carvão beneficiará mais a Alstom do que seus rivais,
afirma o FT, já que o grupo francês vende mais turbinas para carvão, enquanto
Siemens e GE concentram-se nas turbinas para gás.
(EFE, 17/01)