Ativistas brasileiros presos no Uruguai
2006-01-18
Dez ativistas do Greenpeace, entre eles três brasileiros, foram presos ontem (17/01) de manhã ao bloquearem as obras ilegais da fábrica finlandesa de celulose, Botnia, no Uruguai. Segundo os ambientalistas, a construção, às margens do Rio Uruguai, causa danos ao meio ambiente e à população local de Fray Bentos e Gualeguaychú, sudoeste do país.
Os ativistas desembarcaram no local por meio de botes infláveis, montaram acampamento para impedir a continuidade das obras e estenderam cartazes com os dizeres "Chega de poluição". Os brasileiros C.O, F.C. e A.G., além de outros 7 ativistas, participavam do protesto e ficaram presos até a tarde de ontem. Além dos ativistas, dois repórteres também foram detidos.
"A Botnia continua utilizando tecnologia ultrapassada que causará destruição dos ecossistemas do Rio Uruguai, mortandade de peixes e alto grau de contaminação da região e das comunidades locais", disse Juan Carlos Villalonga, diretor Político do Greenpeace Cone Sul. "O método TCF (eliminação total de cloro) representa 20% da produção de celulose na Europa, mas aqui na América do Sul a empresa continua utilizando uma tecnologia que contamina", completa.
O Greenpeace avalia que as características do projeto, como sua dimensão e seu tempo de operação (aproximadamente 40 anos), esgotarão os recursos naturais da região. A organização acredita que esse argumento é suficiente para convencer as autoridades de ambos os países a acordarem um plano de produção limpa para toda a região. A obra da empresa não foi aprovada pela Comissão Administradora do Rio Uruguai (Caru).
Por Caroline Donatti, do Greenpeace