O número de ligações de água e a extensão da rede de água e esgoto aumentou 10% nos últimos anos. Mas a capacidade de investimento público se esgotou e chegou a hora de atrair dinheiro privado para resolver as deficiências que ainda persistem. Dos 3 milhões de metros cúbicos de água captados anualmente no país, por exemplo, só 1,4 milhão é tratado. Para que o brasileiro não acabe com as torneiras secas, é preciso tão-somente uma regulamentação capaz de dar segurança a investidores como cacife para bancar 40 bilhões de reais nos próximos 15 anos - cálculo feito por técnicos e consultores. E, desses, pelo menos a metade já, sobretudo no tratamento de esgotos. As cifras são o melhor argumento em favor de que esse dinheiro saia de cofres privados, ou uma crise semelhante `a do setor elétrico ameaça. A cobrança pelo uso da água é outra grande discussão porque atualmente, paga-se apenas por tratamento e distribuição. A futura legislação prev6e uma taxa de 0,01 real por metro cúbico captado e também um valor por sua devolução aos rios - com tendência a maior tarifação sobre quem polui. Com a cobrança do uso da água quem pode sair ganhando são as empresas de perfuração de poços. Cresce o número de shopping centers, hospitais, hotéis, supermercados e indústrias que usam água de poços, com custo bem inferiores ao da rede pública. (Forbes Brasil/17, 12/09)