Energia solar é opção para diminuir conta de luz
2006-01-17
O uso de energia solar no Brasil se consolida como alternativa ao consumo de
eletricidade. Só o mercado de aquecimento solar cresceu acima de 30% nos
últimos anos e, em 2005, movimentou cerca de R$ 200 milhões no país. A produção
chegará a 400 mil metros quadrados de coletores solares – cem mil novas residências
contarão este ano com o equipamento, que é usado no aquecimento de água
(chuveiro, piscina, sauna). Nas casas em que a energia solar é utilizada, a
redução na conta de luz fica entre 205 e 25%, segundo o Programa Nacional de
Conservação de Energia Elétrica (Procel).
O setor residencial consome 85% dos painéis solares comercializados no Brasil.
O terciário (hotéis, clubes e hospitais) fica com 12% e a indústria, que está
começando a crescer, com 3%. A estimativa é do diretor do Departamento Nacional
de Aquecimento da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado,
Ventilação e Aquecimento (Abrava), Carlos Felipe da Cunha Faria). A entidade
reúne 35 empresas produtoras e detém 90% do mercado nacional. O setor é
responsável por cerca de dez mil empregos diretos e indiretos.
O sucesso dos painéis levou o setor a mirar o exterior. O programa de exportação
começou no ano passado, e os coletores solares já estão sendo vendidos para
África, América Latina, Europa e Estados Unidos.
O maior atrativo de energia solar é sua eficiência. Segundo dados da Abrava,
cada metro quadrado de coletor solar instalado gera, anualmente, energia equivalente
a 215 quilos de lenha, 55 quilos de gás de botijão (GLP), 66 litros de óleo
diesel ou 73 litros de gasolina. Além disso, pode evitar a inundação de 56 metros
quadrados de áreas férteis na construção de novas usinas hidrelétricas. O Brasil
tem uma média anual de 280 dias de sol, o que faz com que a energia solar seja
uma boa alternativa.
O setor público é um grande consumidor de energia solar, neste caso para
substituir a eletricidade nas áreas mais remotas ou carentes. O superintendente
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ricardo Vidinich, disse que
dentro do programa Luz para Todos só a Coelba (distribuidora da Bahia) está
atendendo neste sistema a três mil consumidores que moram distantes da rede
elétrica.
Os benefícios do aquecimento solar não aparecem apenas no bolso do consumidor.
Eles representam, também, economia para o país. Isso porque 25% da demanda
de energia no Brasil são de residências que, desde o racionamento reduziram
substancialmente seu consumo.
Até o ano de 2001, antes do racionamento, a energia solar consumida era, em
média, de 175 quilowatts-hora (kWh) por mês. Com o racionamento, o usuário
era obrigado a economizar, sob pena de pagar multa. Assim, o consumo caiu
para 140m kWh por mês e se mantém nesse patamar até hoje. Parte disso se deve
à busca de fontes alternativas, como a energia solar.
(JC, 16/01)