Pneus inservíveis podem se tornar objetos de decoração funcionais, gerando emprego, renda e cidadania
2006-01-17
Bons exemplos: a melhor ferramenta para conscientização ambiental. Ao mesmo tempo que as agressões ao meio ambiente se tornam cada vez mais crescentes e visíveis, surgem novas idéias e alternativas para que os impactos causados pelos seres humanos sejam amenizados.
O destino correto e eficiente de seus próprios resíduos é um desafio para a humanidade, que já sofre castigos por seus atos, como poluição e contaminação dos solos, das águas e do ar.
A arte constitui-se, cada vez mais, em uma excelente saída. Até mesmo o que poderia ser improvável pode se tornar objeto de decoração. Em São Paulo, um designer utiliza pneus para criação de suas peças. São cadeiras, vasos, bancos e mesas de centro. Em um ano e meio de projeto já foram reaproveitados 3200 pneus, segundo o designer e idealizador do Projeto Arte em Pneus, Daniel Beato.
O projeto conta com apoio da Goodyear do Brasil, que encaminha os pneus inservíveis para a utilização artística. Jovens e adolescentes trabalham no projeto que procura, na conscientização e reeducação da sociedade, contribuir com capacitação de comunidades além de colaborar com as questões ambientais.
O projeto capacitou 20 adolescentes entre 14 e 18 anos numa comunidade quilombola em Guanambi, na Bahia, segundo Daniel e outra equipe foi formada por trinta alunos e quatro monitores no Orfanato Pão dos Pobres, em Porto Alegre (RS). “O objetivo é trabalhar com a comunidade”, reforça, afirmando pretensões maiores de atingir outras áreas em São Paulo também.
O produto tem um boa aceitação no mercado, segundo seu idealizador. “Este é o momento da borracha”, diz, referindo-se aos produtos que já foram o grande foco da reciclagem, como o plástico e o alumínio. “Toda a idéia que surgir para reaproveitar os pneus é importante”, estimula. Para ele, reaproveitar é ainda mais importante do que reciclar.
Além da sociedade, o meio ambiente é muito beneficiado com os resultados do projeto. "Fora a poluição visual, os pneus deixam de contaminar os solos e gerar epidemias causadas pelo acúmulo de sujeira e água”, coloca Daniel, lembrando o ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes Aegypt, transmissor da dengue, e de ratos.
(AmbienteBrasil, 16/01)