Chuva ameniza risco de fogo na Fronteira Oeste
2006-01-16
As chuvas que caíram na semana passada sobre a Fronteira Oeste e Campanha
amenizaram um pouco o problema da estiagem na região, que tem ocasionado
grande quantidade de incêndios em pastagens, matos e vegetação rasteira. Em
alguns pontos de Bagé, por exemplo, choveu até 70 milímetros, o que diminuiu
o risco de incidência de fogo nas propriedades rurais e em descampados.
Dados do Comando do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul comprovam que
mais de 25% dos casos registrados neste verão têm ocorrido naquela região. Um
exemplo foi na quinta-feira passada, quando das 73 ocorrências de incêndio no
Estado, 20 (27%) foram atendidos pelo 10º Comando Regional dos Bombeiros (CRB),
que engloba 12 cidades: Santana do Livramento, Bagé, Dom Pedrito, Alegrete,
Rosário, Uruguaiana, Quaraí, Barra do Quaraí, Manoel Viana, Hulha Negra,
Aceguá e Candiota. No dia 10 de janeiro, outro trágico exemplo: dos 83
registros, 25 (30%) eram provenientes desses municípios.
O capitão Max Meinke, comandante da seção de combate a incêndios do 10º CRB,
relatou que em alguns casos o fogo consumiu pastagens em áreas de até 200
hectares. “O inverno ameno, segundo a Emater, propiciou um desenvolvimento
grande do azevém, que agora seco pela estiagem, facilita ainda mais a
propagação dos incêndios”, explicou.
Se por um lado a Fronteira Oeste sofre com os incêndios, os dados gerais do
Estado trazem um alento: diminuíram os registros de fogo em matos, pastagens
e lixões - foram 1.401 casos entre dezembro de 2004 e os 12 primeiros dias de
2005; contra 1.246 no mesmo período posterior, ou seja, 155 ocorrências ou
11% a menos.
Em dezembro de 2004, foram 856 ocorrências, contra 644 de dezembro de 2005.
Nos 12 primeiros dias de 2005, houve 545 casos, número pouco menor do que o
registrado neste ano: 602.
O comandante dos Bombeiros no Estado, coronel Moacir De Leon, alerta que
vidros, latas de alumínio ou metal, carvão mineral, algodões e fibras não
devem ser jogados em próximos às vegetações. “São materiais potencializantes
que podem gerar o efeito lupa, ampliando a força do sol nas pastagens secas,
ou mesmo provocar a combustão espontânea”, informou. (JC, 16/01)