Aracruz bate recorde e anuncia expansão
2006-01-16
A desvalorização do dólar em relação ao real no ano passado não impediu que a
Aracruz Celulose, que exporta 98% de sua produção, batesse mais um recorde no
lucro líquido, embora tenha atrapalhado a empresa a repetir um crescimento de
dois dígitos como o apurado em 2004. No ano passado, a fabricante de celulose
de eucalipto, líder mundial nesse segmento, obteve um lucro líquido de R$
1,16 bilhão, 9% superior em comparação com os R$ 1,06 bilhão de 2004, que, por
sua vez, foi recorde também e 23% maior ante os R$ 870 milhões do ano anterior.
O dólar também não impediu que outros recordes (produção e vendas) em 2005
e o planejamento da companhia de investir US$ 200 milhões entre este ano e
2007 para ampliar em 200 mil toneladas a capacidade de produção, para 2,3 milhões
de toneladas, de sua Unidade Barra do Riacho, no Espírito Santo.
O diretor financeiro da companhia, Isac Zagury, disse que o investimento será
aplicado na modernização das fábricas A, B e C do complexo Barra do Riacho,
cujo processo começa já no primeiro semestre deste ano e deverá ser concluído
em 18 meses. A previsão é gerar 1,88 mil empregos durante sua execução e de
200 postos de trabalho diretos após o início das operações. Com essa expansão,
a Aracruz passará a ter uma capacidade produtiva de cerca de 3,2 milhões de
toneladas, números que já foram ampliados no ano passado com a entrada em
funcionamento da Veracel, joint venture da empresa sueco-finlandesa Stora Enso,
que neste ano deve render somente à companhia brasileira 470 mil toneladas de
celulose.
A cotação da moeda norte-americana também não intimida a Aracruz em relação
os planos de aumento nas vendas para 3 milhões de toneladas este ano ante 2,6
milhões de toneladas de 2005, que já foi um recorde, com alta de 6% sobre 2004.
Zagury prevê que continuará a boa demanda internacional, causada, sobretudo,
pelo apetite norte-americano e asiático, pelo fechamento de fábricas de alto
custo no Hemisfério Norte e pela baixa oferta de celulose, já que os projetos
de expansão previstos para o setor não devem ficar prontos em 2006.
Em 2005, a produção recorde da Aracruz foi de 2,8 milhões de toneladas, alta
de 12% em comparação com 2004. O dólar desvalorizado, entretando, diminuiu
em 5% a receita líquida da companhia, para R$ 3,25 bilhões na comparação dos
mesmos períodos.
(GM, 13/01)