Sema apreende mais de 4 toneladas na piracema
2006-01-16
Em 71 dias de piracema, a equipe de fiscalização de pesca da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema) já apreendeu 4,3 toneladas de pescado irregular. O coordenador de Fiscalização de Pesca em Mato Grosso, Marcelo Cardoso, afirma que o Estado não tem medido esforços para conter a pesca predatória.
“A piracema vai até o dia 28 de fevereiro, ou seja, ainda temos mais de um mês de período proibitório pela frente. Nós temos trabalhado para pegar os infratores e combater os “mafiosos” do setor. São pessoas que criam verdadeiras redes de compra e venda de pescado ilegal em Mato Grosso”, disse.
Somente no mês de dezembro foram realizadas 16 prisões em flagrante e cerca de R$ 113,2 mil foram aplicados em multas para os infratores. No mês passado as apreensões chegaram a 2,2 toneladas de peixe. Marcelo disse que os locais mais problemáticos continuam sendo Várzea Grande, Barra do Bugres, Alto Paraguai, Monjolo e o Cuiabazinho em Nobres. “Nessas regiões temos intensificado a fiscalização, mas ainda assim, as maiores apreensões são feitas lá. O pior é que a maioria que é presa, é pescador profissional que deveria ter mais consciência de preservação”, disse.
O relatório com os dados das apreensões de dezembro aponta outros números alarmantes sobre a piracema, foram apreendidos só no mês passado 758 anzóis, sete armadilhas, duas balanças, um barco, 13 caixas de isopor, duas canoas, 30 espinhéis, oito freezeres, 34 redes, 20 tarrafas e um veículo.
O coordenador disse que a equipe tem contado com participação da população para chegar aos infratores e também com alguns investigadores. “Chegamos a essas pessoas através do nosso disque denuncia, e também pelos nossos agentes investigadores que trabalham infiltrados junto aos infratores, para levantar todas as informações”, disse.
Peixe irregular no Porto
Durante a manhã de uma equipe do Juizado Volante Ambiental (Juvam) recebeu uma denúncia anônima e apreendeu dezenas de cortes de pescado irregular, com marcas de malha, já prontos para o consumo.
Os peixes eram vendidos no Mercado do Porto, e de acordo com o conciliador do Juvam, Alexandre Corbelino, os peixes foram apreendidos em três boxes do mercado. Todo os produtos aprendidos foram levados à Delegacia Especializada de Defesa da Natureza.
Desperdício - Uma tonelada de pescado que estava estocada na Delegacia da Natureza não pôde ser doada para instituições de caridade e teve que ser doada para o zoológico da UFMT. Por causa de um problema na câmara-fria, os peixes estragaram e serão utilizados para alimentar os jacarés durante dois meses.
Os mil quilos de pintado, pacu, caxara e jaú, estavam armazenados na Delegacia Ambiental desde o ano passado, e deveriam ser doados para instituições de caridade.
(Folha do Estado-MT, 14/01)