Grupo de estudo da Pucrs busca recuperar o Dilúvio
2006-01-16
Um grupo de estudo criado pela Pontifícia Universidade Católica (Pucrs) vem
discutindo alternativas para a recuperação do Arroio Dilúvio. Entre as
propostas dos integrantes do Núcleo de Estudos sobre o Arroio estão a
identificação de tubulações e seus trajetos, um levantamento dos arroios e
córregos que desembocam no riacho Ipiranga e a abordagem das populações que
vivem embaixo das pontes ao longo dos 17 quilômetros e das comunidades que
vivem no entorno. A intenção do grupo é colocar em prática as propostas ainda
neste primeiro semestre.
O professor da Faculdade de Engenharia Cláudio Luis Frankenberg, coordenador
do Núcleo, destacou que anteriormente, na própria universidade, havia grupos
isolados trabalhando sobre o arroio e que nunca haviam se encontrado.
Segundo ele, uma vez por mês o grupo formado por professores e alunos do
Instituto do Meio Ambiente e Centro de Pastoral da Pucrs, e das Faculdades de
Arquitetura, Biociências, Serviço Social, Psicologia, Engenharia e Psicologia
se reúnem com técnicos do DEP, Smam e DMLU para discutir alternativas para
recuperar o Dilúvio.
Segundo Frankenberg, a recuperação do manancial poderá durar muito tempo, mas
o grupo pretende, a partir de março, iniciar a colocação em prática das
propostas. Ele cita por exemplo a atuação dos alunos do Serviço Social que
farão a abordagem de quem vive embaixo das pontes ao longo do arroio, os
cursos de Arquitetura e Engenharia que ficarão responsáveis pela questão da
urbanização, tráfego e drenagem e o Instituto do Meio Ambiente pelas
atividades de conscientização da comunidade.
O professor destacou que os encontros serviram para resgatar um pouco da
história do Arroio Dilúvio, como por exemplo um arquivo de fotos de 1960
sobre o riacho onde eram realizados campeonatos de natação, pesca e venda de
frutas em barcos que estacionavam próximo das escadarias das pontes. O
professor da Faculdade de Engenharia informou que o grupo pretende realizara
um trabalho forte de conscientização junto a comunidade que vive no entorno
do arroio com a intenção de alertar sobre os risco de poluição do local.
Também conhecido como Riacho Ipiranga, o Arroio Dilúvio percorre 17,6 km da
nascente, em Viamão, até a foz, no Lago Guaíba, em Porto Alegre. Atravessando
a cidade e margeado pela avenida Ipiranga, faz parte da bacia hidrográfica
de maior contribuição para o Guaíba, abrangendo 83,7 quilômetros quadrados de
área (ao todo, 27 sub-bacias) e ocupada por cerca de 450 mil pessoas. (JC,
16/01)