A usina nuclear Angra 3 é economicamente competitiva: o custo da energia que produziria é semelhante ao preço do insumo saído das termelétricas, considerando o valor no último leilão, em dezembro. Além disso, a unidade estará perto dos grandes consumidores brasileiros, o que lhe confere caráter estratégico no abastecimento. A avaliação é do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, que implicitamente defendeu a obra.

É mais uma autoridade da área a falar favoravelmente sobre o projeto - que tem no ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) um aliado e na ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) uma adversária.

Ele comparou a estimativa de custo da energia feita pelos defensores de Angra 3 - R$ 140 o megawatt-hora (MWh) - com o preço na última licitação, que chegou a R$ 139 o Mwh. Kelman deixou claro que sua análise não leva em conta os valores já desembolsados na compra e conservação dos equipamentos da usina, que serão perdidos se não houver a construção. O Conselho Nacional de Política Energética deverá analisar neste semestre a viabilidade da usina, que ficará ao lado de Angra 1 e 2.
(O Globo, 13/01)