Serla começa a pôr barreiras contra as gigogas em outro ponto de lagoa
2006-01-16
Proibido anteontem pela Comlurb de instalar, na Base de Operações Náuticas da empresa de limpeza, barreiras de contenção de gigogas na Lagoa da Tijuca, na Barra, o presidente da Superintendência de Rios e Lagoas (Serla), Ícaro Moreno Júnior, optou por outro lugar. A Serla começou ontem mesmo a instalar barreiras contra as plantas aquáticas em outra base, num terreno a cerca de 500 metros da unidade da Comlurb. A expectativa é de que as barreiras consigam conter 20 toneladas de gigogas por dia, impedindo que elas cheguem ao mar.
Segundo Ícaro, o problema das plantas aquáticas será sanado rapidamente. Ele explicou que será necessário construir um píer no lugar. A obra, de acordo com Ícaro, está sendo feita em caráter emergencial e foi orçada em R$ 200 mil. A manutenção do serviço vai ficar em torno de R$ 100 mil mensais.
A previsão da Serla é de que a nova base fique pronta até o próximo domingo e comece a funcionar já na segunda-feira. Hoje a Serla espera começar a dragagem da margem da lagoa próximo à colônia de pescadores Z13, para que os barcos possam ancorar no novo píer.
Para Francisco Esteves, professor de ecologia do Instituto de Biologia da UFRJ, a volta da contenção das gigogas na Lagoa da Tijuca é a providência mais correta a ser tomada. Ele disse, no entanto, que a solução mesmo seria o saneamento do complexo de lagoas da região (as gigogas proliferam devido ao esgoto).
Toda gigoga recolhida pela Serla, de acordo com o presidente do órgão, será posta em contêineres para serem recolhidos pela Comlurb.
Ontem, a empresa municipal de limpeza urbana informou, em nota, que não permitiu que a Serla trabalhasse em sua base náutica porque ela foi implantada para a operação de transferência do lixo domiciliar coletado nas ilhas Primeira, Gigóia, São Jorge, Garças, Ipê e Pesquisa. Ainda de acordo com a nota, a base não tem condições de absorver a enorme quantidade de gigogas retiradas da Lagoa da Tijuca.
(O Globo, 13/01)