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2006-01-16
Nas praias mais movimentadas do litoral do Paraná proliferam placas vermelhas do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) alertando aos turistas sobre áreas impróprias para banho. No relatório divulgado nesta semana, dos 37 pontos analisados, apenas três passaram no teste da quantidade de coliformes fecais na água.

Nem o rio Nhundiaquara, de água doce e aparência cristalina, que desce da serra do Mar, passa pelo crivo do IAP na cidade de Morretes. O monitoramento é feito de Guaratuba (sul) à ilha do Mel (norte), e nos rios Nunes e Nhundiaquara.

As placas de alerta são reforçadas por barracas vermelhas com logomarca do governo do Paraná, onde os técnicos do IAP dão orientação aos banhistas sobre o que eles lêem no equipamento. Democraticamente, elas são encontradas na mesma quantidade (5) na praia de Caiobá, considerada de classe A, e na praia da "farofa", de Matinhos.

Mesmo com o volume de indicativos orientando os turistas a virar as costas para o mar, o presidente do instituto ambiental, Rasca Rodrigues, diz que os riscos da poluição não estão disseminados.

“Os pontos impróprios se referem aos locais sinalizados. Cem metros depois, a água se dilui e se torna própria para banho”, diz.

O secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, anunciou que o monitoramento da balneabilidade na orla vai aumentar dos 37 pontos atuais para 49. Ele diz que o aumento tornará o relatório “mais confiável”. O Paraná tem 97 km de praias e apenas 6,8 km são considerados impróprios, segundo o governo.

A legislação determina a coleta de amostras de água em locais com maior fluxo de pessoas e próximo a rios e canais onde possa haver risco de contaminação.

“A água do mar do litoral do Paraná é naturalmente turva, e esses alertas assustam, mas não em excesso”, diz a recepcionista de hotel em Pontal do Paraná Maria Eliane Oliveira. Camila Taques, funcionária de um restaurante da praia Mansa de Caiobá, moradora de Matinhos, disse concordar com a exposição do resultado. “Cria discussão e polêmica, mas dá uma orientação importante ao banhista”.

Monitorada há 16 anos, a água dos balneários do Paraná apresentou melhora na qualidade em 2001, com obras de saneamento no litoral, segundo o IAP. A presença de esgoto doméstico influi diretamente na qualidade da água das praias.

O gerente da Sanepar (companhia estadual de saneamento) no litoral, Denílson Belão, diz que o aumento do número de moradores do litoral no verão sobrecarrega o sistema de esgoto e atinge o mar. Segundo ele, a Sanepar investiu R$ 157 milhões em água e esgoto nos últimos anos nos cinco municípios da orla.
(Agência Folha, em Curitiba, 13/01)

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