Domingo teve mais um protesto contra duas fábricas de celulose no Uruguai
2006-01-16
O trânsito na ponte San Martín, sobre o rio Uruguai, que une a cidade argentina de Gualeguaychú com a uruguaia Fray Bentos, foi interrompido novamente na noite de domingo (15/01) por motoristas que protestavam contra a instalação de duas fábricas de celulose na área. "Convocamos esta caravana da resistência para manter durante todo o fim de semana a atenção sobre o nosso pedido", disse à imprensa local Javier Villanueva, funcionário municipal de Gualeguaychú (230 km ao nordeste).
A caravana de automóveis substituiu o método de bloquear as pontes, impedindo a passagem dos turistas para a costa atlântica do Uruguai. O dirigente da Assembléia Ambiental Cidadã de Gualeguaychú, Edgardo Moreyra, ratificou a continuidade deste tipo de medidas até 30 de março.
No sábado, o protesto teve um momento de grande tensão por causa de um bloqueio organizado por caminhoneiros uruguaios que bloquearam com seus veículos a estrada entre a ponte e Gualeguaychú, impedindo por algum tempo o retorno dos manifestantes à cidade. No domingo, outro contingente de manifestantes bloqueou por duas horas a ponte que une a argentina Concordia com a uruguaia Salto. Já a ponte que une Colón, na Argentina, a Paysandú, no Uruguai, não teve problemas.
Os manifestantes protestam contra a instalação de duas fábricas de celulose, uma da finlandesa Botnia e outra da espanhola Ence, que segundo eles terá impacto negativo sobre o meio ambiente e afetará a atividade econômica da região. O investimento global de ambas as empresas é de cerca de 1,8 bilhão de dólares.
A polêmica em torno da instalação das fábricas de celulose provoca tensão nas relações entre os governos de centro-esquerda de Néstor Kirchner (Argentina) e Tabaré Vázquez (Uruguai). No dia 30 de janeiro, uma comissão técnica binacional apresentará um parecer sobre o risco de impacto ambiental do empreendimento.(AFP, 15/01/06)