Um bilhão de euros. É este o montante que a Endesa, a maior eléctrica espanhola e a primeira a entrar em território português, tem no seu plano provisional de investimento destinado a Portugal. No entanto, "esse valor está condicionado às decisões que o Governo venha a tomar" em relação à atribuição de licenças para centrais de ciclo combinado, liberalização do mercado do gás e da electricidade, explicou ao jornal Água&Ambiente Nuno Ribeiro da Silva, representante dos interesses da empresa no País.

Para já, o objetivo é consolidar a sua competitividade na oferta de electricidade, procurando manter a quota de 20% que detém actualmente. E, para isso, pretende reforçar a produção em território português. A este nível, as centrais de ciclo combinado desempenharão um papel importante, para as quais a Endesa tem destinada uma fatia de 700 milhões de euros para um período de três anos.

Se esta é uma das apostas da empresa, a Endesa está igualmente atenta ao setor das renováveis, para o qual tem destinado um investimento de 200 milhões de euros e está disposta a adquirir novos ativos, disse o ex-secretário de Estado da Energia, que viu também confirmado pelo conselho de administração da Endesa o seu cargo de presidente da Finerge. De resto, é através desta empresa que a eléctrica espanhola está presente no concurso lançado pelo Governo para atribuição de 1700 megawatts (MW) de nova potência para a produção de energia eléctrica em centrais eólicas.

A anunciada OPA (operação pública de aquisição) da Gas Natural sobre a elétrica vem, no entanto, trazer algumas incertezas quanto às suas intenções. De qualquer modo, caso seja consumada ou se chegue a algum tipo de acordo, "o que está previsto é que os activos de Portugal se mantenham na Endesa/Gas Natural, não passando para terceiros", refere Nuno Ribeiro da Silva. (Ambiente On-line, 14/01/06)
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