Ataque a plataforma de petróleo deixa mortos na Nigéria
2006-01-16
Supostos militantes étnicos atacaram outra plataforma de petróleo nigeriana no domingo (15/01), disseram as autoridades, ampliando uma série de sabotagens e sequestros que já dura três semanas no oitavo maior exportador de petróleo do mundo.
Soldados trocaram fogo com os militantes, que atacaram a plataforma marítima de petróleo Benisede, da Shell, em seis lanchas. Alguns soldados e alguns dos agressores foram mortos, disse uma alta fonte militar.
"Houve um ataque. Houve uma luta ali, uma troca de tiros", disse o general de brigada Elias Zamani, que chefia uma força-tarefa, à Reuters por telefone. "Perdemos alguns dos soldados e outros rapazes também morreram."
Um porta-voz da Shell disse que a produção de petróleo não foi atingida, porque Benisede era uma das quatro plataformas fechadas na quarta-feira passada (11/01), depois que militantes explodiram um grande oleoduto de exportação de petróleo. Mas o ataque pode atrasar os reparos do oleoduto Trans-Ramos, por onde passam 100 mil barris por dia (bpd), que deveria voltar ao normal na segunda ou terça-feira, disse uma importante fonte da indústria.
"Esse incidente pode atrasar o trabalho de recuperação do oleoduto, o que pode significar uma interrupção no fornecimento prolongada", disse a autoridade, acrescentando que os trabalhadores devem ser retirados da área afetada.
O ataque aconteceu enquanto uma equipe de negociadores do governo iniciou conversas com os militantes, que mantêm quatro trabalhadores da indústria reféns, após tê-los sequestrado em uma plataforma de petróleo da Shell na quarta-feira (11/01). Os trabalhadores --um norte-americano, um britânico, um búlgaro e um hondurenho-- estão sendo mantidos no distrito de Agoro, do Estado de Bayelsa, no sul do país, disse um porta-voz do governo.
O governador do estado Jonathan Goodluck ordenou que seu vice liderasse uma equipe enviada para a região para ajudar a garantir a libertação dos reféns. Colegas dos trabalhadores sequestrados dizem temer que uma resposta fortemente militar do governo possa colocar em risco suas vidas. Os ataques e sequestros recentes parecem ser coordenados por um grupo de militantes com até 500 membros, que vem exigindo uma parte maior na renda de petróleo para a região e a libertação de dois líderes étnicos Ijaw, disse um diplomata.(Reuters, 15/01/06)