Carlos Barbosa inicia nova coleta de embalagens de agrotóxicos no interior
2006-01-16
Começa nesta segunda-feira (16/1), pela Linha Vitória, e encerra-se no dia 25, no distrito de Santa Luiza, o recolhimento de embalagens de defensivos agrícolas, os chamados agrotóxicos. Este serviço foi implantado no município de Carlos Barbosa há quatro anos, numa parceria da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente com a Cooperativa Santa Clara. Antes disso, as embalagens eram enterradas, queimadas ou simplesmente jogadas em locais ermos e na margem de arroios.
Na parceria, cabe à Santa Clara a divulgação e conscientização da necessidade de a embalagem receber a tríplice lavagem. Isso deve ser feito no momento do uso do agrotóxico, quando a embalagem é esvaziada.
Em janeiro de 2005, foram coletadas 3.721 embalagens de 130 agricultores que efetuaram a lavagem exigida. Pelo reduzido número de agricultores, percebe-se que a conscientização não atingiu a todos.
A legislação aponta três responsáveis para o destino das embalagens de produtos tóxicos: fabricante, revendedor e consumidor.
José Dotta, gerente do Mercado Agropecuário da Santa Clara, que é o maior revendedor de herbicidas, fungicidas e inseticidas no município, esclarece que "o fabricante recolhe as embalagens via Cimbalagem, nós temos a obrigação de oferecer um ponto para depósito, e o agricultor tem a obrigação de entregar, mas isso depende mais da conscientização de cada um".
Não existe um cadastro de agricultores que utilizam estes produtos, embora o revendedor tenha relacionado para quem vendeu, a quem se obriga a passar o receituário.
"Poderá acontecer, a qualquer momento, de a Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental) ou o Ministério Público pedir a relação de quem comprou, e ir fiscalizar na propriedade do agricultor", ressaltou Dotta.
O secretário municipal de Agricultura, Fernando Cislaghi, reconhece que a conscientização ainda está longe da ideal: "Trata-se de um trabalho ambiental muito importante, mas nem todos os agricultores foram conscientizados".
A parceria é com a Cooperativa Santa Clara, mas a coleta de embalagens abrange todos os agricultores. "Temos a parceria com a Santa Clara porque o seu Mercado Agropecuário é o maior revendedor no município, mas a coleta é para todo agricultor que efetuou a tríplice lavagem", esclarece o secretário.
No ato da coleta, os técnicos da Secretaria de Agricultura e da Cooperativa checam uma a uma se realmente foi efetuada a tríplice lavagem. Não são aceitas as que eles perceberem não ter recebido a lavagem adequada.
"Não podemos correr o risco de ter a carga rejeitada", explica Cislaghi, "por isso nossos técnicos examinam cada uma".
As embalagem são transportadas para a Cimbalagem (Consórcio Intermunicipal de Recebimento de Embalagens), em Passo Fundo, onde é feita uma verificação por amostragem. As que forem aceitas são recolhidas pelos fabricantes e encaminhadas à indústria de reciclagem, em São Paulo. (Jornal Contexto, 13/1)