A Secretaria de Energia, Minas e Comunicações anunciou, na sexta-feira (13/1) que, apesar de os reservatórios de água que abastecem as usinas hidrelétricas gaúchas estarem com uma média de 85% de sua capacidade preenchida, foi cortada pela metade a geração de energia. De um potencial de 2.835 megawatts (MW), só 1.450 MW de energia estão sendo gerados diariamente. A medida foi tomada para economizar água nos reservatórios, que são de pequena capacidade de armazenamento, conforme o secretário Valdir Andres.

"Com uma seca de 20, 30 dias, nossos reservatórios esvaziam", enfatizou o secretário. Segundo Andres, no mesmo período do ano passado, o armazenamento de água estava em torno de 60%. Ele explicou que essa redução na geração não significa que haja risco de desabastecimento:"É apenas uma medida preventiva". Com a redução da geração, o Estado vem importando mais energia do Sistema Interligado Nacional, mas Andres reitera que não há risco de o Estado sofrer racionamento ou falta de energia elétrica e destacou que, por precaução, as usinas térmicas a carvão e a gás estão gerando energia quase a pleno.

O forte calor registrado no Estado nos últimos dias começa a mostrar seus contrastes. Enquanto há necessidade de carros-pipa para abastecer municípios do Médio Uruguai, e em Pelotas o nível da barragem Santa Bárbara já está com mais de 1 metro abaixo do normal, no Vale do Sinos foi a chuva torrencial, acompanhada de granizo, que causou transtornos ontem em Novo Hamburgo. Cidades vizinhas não foram atingidas.

Em Gravataí e Cachoeirinha, na região Metropolitana, além da estiagem e de quedas de energia - em razão do elevado consumo -, a situação se agravou ontem com o vazamento de uma adutora que abastece a região e que deixou cerca de 250 mil pessoas sem água. (CP, 14/1)