A preservação do mico-leão-de-cara-dourada na Reserva Biológica (Rebio), em Una (BA), continua um desafio para o Ibama, em face da devastação da Mata Atlântica promovida por fazendeiros instalados num raio de até 10 quilômetros em volta da reserva, que é área de preservação permanente. Há menos de uma semana o Ibama apreendeu 1,1 mil estacas de braúna, espécie florestal de grande valor comercial que estava sendo transportada por um caminhão que trazia soja para o Porto de Ilhéus. Segundo o gerente da Rebio, o biólogo Saturnino Neto, os fazendeiros comercializam a madeira com atravessadores, que vendem direto para receptadores no Rio de Janeiro, principal consumidor da madeira retirada ilegalmente do sul da Bahia. Outro problema para a preservação do mico-leão-de-cara-dourada é o tamanho da reserva, que originariamente tem 11,4 mil hectares, mas 13 anos depois de assinado o decreto de criação, apenas sete mil hectares foram incorporados. Na área existem entre 300 e 400 animais, número insuficiente para assegurar a preservação da espécie.(A Tarde-18/9)