Flagrado trabalho infantil em pedreira ilegal de Lages
2006-01-13
A partir de uma denúncia anônima, o Conselho Tutelar de Lages identificou uma criança de sete anos e um adolescente de 16 trabalhando na extração de pedras numa área na periferia do município, no bairro Caça e Tiro. Pelo trabalho, eles recebiam cerca de R$ 15,00 por dia. De acordo com o conselheiro tutelar Salesiano Durigon, que esteve no local no início da tarde de ontem, os dois são irmãos e trabalhavam na pedreira para ajudar no orçamento familiar, pois a única fonte de renda fixa vem do Bolsa-família.
"Eles não têm pai, a mãe não trabalha, e ainda tem outros cinco irmãos", revelou Durigon, que conversou com a mãe, que, por sua vez, se comprometeu em comparecer hoje no Conselho Tutelar para buscar alternativas para que seus filhos não voltem a trabalhar. "O mais velho deve ser encaminhado para um dos programas de erradicação do trabalho infantil, enquanto que para o mais novo vamos procurar um local para ele estudar", garantiu Durigon, que ainda vai tentar alternativas para melhorar a renda da família.
Segundo o conselheiro, existe a suspeita que uma terceira criança, com dez anos, também trabalhe no local, mas ela não foi localizada. Durigon também prepara uma notificação para ser entregue à Delegacia Regional do Trabalho, pois existe a suspeita que os outros trabalhadores da pedreira, cerca de oito, não sejam registrados.
Pouco depois da visita do Conselho Tutelar na pedreira, fiscais da Fatma e soldados da Polícia Ambiental chegaram no local e constataram a inexistência de licença ambiental de operação. A pedreira, que possui cerca de 1,8 hectares, foi embargada. O proprietário, Walmir Vieira Branco, foi intimado a comparecer na próxima segunda-feira na regional da Fatma no município para prestar informações sobre a atividade. Um levantamento preliminar feito pelos soldados do pelotão de Policiamento Ambiental constatou que a pedreira possui licença de operação, mas que esta está vencida desde 2002. (A Notícia, 13/01)