Sinos expõe mortandade de peixes
2006-01-13
A falta de oxigênio nas águas do Rio dos Sinos já está provocando a morte de peixes em São Leopoldo. Ontem, dezenas de espécimes foram encontrados boiando perto da divisa do município com Novo Hamburgo. A partir de hoje, a Fepam realiza monitoramento do rio para avaliar o seu índice de oxigenação. Conforme o chefe da Divisão de Planejamento e Diagnóstico da instituição, Jackson Müller, a mortandade pode ter sido ocasionada pelo ingresso de carga orgânica concentrada no Sinos. "Tivemos chuva em pontos isolados de Novo Hamburgo na quarta-feira. É provável que a precipitação tenha levado a sujeira de algum arroio para o rio, provocando a desoxigenação das águas em algumas áreas", frisa.
O abastecimento na cidade passa por seu momento mais crítico desde o início do ano. Ontem (12/1), no ponto de captação do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), a régua de medição marcava 40 centímetros de profundidade, 10 centímetros a menos que o considerado crítico para o sistema. Devido à queda no nível, os arrozeiros, que retiram água do Sinos para as lavouras, desligarão as bombas de captação a partir das 18h de hoje (13/1) e durante as próximas 48 horas. A medida objetiva amenizar a situação, que é crítica, segundo o coordenador de Operação e Sistema do Semae, Jorge Koch.
O gerente regional do Irga, engenheiro agrônomo José Gallego Tronchoni, explica que o desligamento das bombas de irrigação nas lavouras faz parte de um compromisso pré-estabelecido com o Comitê Gestor da Bacia do Sinos (Comitesinos). "Nós nos comprometemos a parar de irrigar, caso o nível da água alcance um ponto crítico, como neste momento. É o que faremos", garante. Tronchoni aposta em chuva até o próximo domingo. "Preciso acreditar nessa previsão porque, se ela der errado, estaremos enfrentando a maior estiagem já vista por aqui". Segundo ele, as lavouras ainda estão salvas do calor, o que já não se pode dizer em relação ao gado, uma vez que os campos de pastagens da região estão secando. (CP, 13/1)