Rio Gravataí baixa o nível a cada dia
2006-01-13
Um rastro de terra rachada ocupa o lugar onde antes cruzava um riacho que desembocava no rio Gravataí, nas imediações da RS 118. “Um braço do Gravataí está totalmente seco”, atestou o superintendente interino da Corsan na região Metropolitana, Sérgio Giugno. Percorrendo-se o traçado do córrego, é possível avistar milhares de caramujos mortos em meio a uma vegetação torrada pelo sol.
“Em 2005, a situação ficou tão crítica que provocou a formação de barramentos naturais no rio”, recordou Giugno. Ontem, o rio Gravataí estava 75 centímetros acima da cota zero (nível do mar). “Está 1,25 metro abaixo do nível normal e a 25 centímetros da cota de alerta”, frisou Giugno, acrescentando que, em 24 horas, o nível do Gravataí caiu 5 centímetros.
Na Capital, o coordenador da Defesa Civil, coronel Sidnei Viapiana, monitora diariamente o nível do Guaíba. “As medições ocorrem pela manhã e no final da tarde na ilha da Pintada e nas proximidades do Parque da Harmonia”, explicou. Ontem, o Guaíba atingiu o menor nível desde a virada do ano. Nas duas medições realizadas perto do Parque da Harmonia, o volume de água estava apenas 30 centímetros acima da cota zero. “Nesta época do ano, o normal seriam 47 centímetros”, ressaltou o coronel, acrescentando que, na ilha da Pintada, o nível estava em 34 centímetros.
A Defesa Civil do Estado contabilizava ontem à noite nove municípios atingidos pela estiagem. A situação é considerada preocupante nas zonas urbanas e rurais de Barra do Rio Azul, Candiota, Carlos Gomes, Marcelino Ramos, Palmitinhos, Pareci Novo, Pinheiro Machado, Santana da Boa Vista e Viadutos. Nessas localidades, a falta de chuva já causa prejuízos à agricultura e à pecuária. De acordo com levantamentos da Casa Militar, o número de atingidos é superior a 58 mil pessoas. Dessas, 13,9 mil residem em Pinheiro Machado. (CP, 13/1)