La Niña retorna e pode reduzir chuvas até maio
2006-01-13
O La Niña está de volta. Depois de cinco anos sem registro do fenômeno, caracterizado pelo resfriamento das águas do oceano Pacífico, a confirmação foi divulgada ontem pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), principal órgão de meteorologia dos Estados Unidos. A ocorrência, que deve ser moderada, causa redução no volume de chuva, com acentuado risco de estiagem.
“O tempo será similar ao de 1996, com chuvas abaixo da média”, resume o diretor-geral da Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo, Eugenio Hackbart. O coordenador do 8º Distrito de Meteorologia, Solismar Damé Prestes, diz que, se acontecer o La Niña, “os efeitos serão sentidos após o verão, em abril, maio e junho”.
A Rede de Climatologia informa que a segunda quinzena de janeiro será marcada por chuvas fortes, que diminuirão em fevereiro, março, abril e maio. Ainda prevê que o frio chegará mais cedo e com mais intensidade, inclusive com maior ocorrência de geada.
Conforme o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Sérgio de Miranda, se as condições se confirmarem, muitas famílias de pequenos agricultores serão prejudicadas. “A estiagem afetará a soja, o milho e feijão da safrinha”. Em Santana do Livramento, 30 assentamentos já estão sofrendo as conseqüências da falta de umidade no solo. O presidente da Comissão de Grãos e Leite da Farsul, Jorge Rodrigues, diz que, se as chuvas continuarem como estão, mesmo que localizadas, a situação se manterá boa. “O trabalho de prevenção já foi feito. Antecipamos o plantio, divulgamos alertas para estocar água. Agora, é só rezar”, afirma.
A onda de calor que atinge o Rio Grande do Sul deverá continuar pelo menos até segunda-feira. As temperaturas máximas próximas dos 40º C estão causando problemas ao abastecimento de água. (CP, 13/1)