Rigotto visita obra da eólica de Osório
2006-01-13
Esclareceu-se na tarde desta quinta-feira, 12 de janeiro, o mistério do retardo de alguns dias no levantamento da primeira torre da usina eólica de Osório, no litoral norte do Rio Grande do Sul: os empresários do vento estavam esperando a presença do governador Germano Rigotto. O candidato passou uma hora no principal canteiro das obras, no distrito de Capão de Areia, a dois quilômetros da Penitenciária Modulada de Osório.
O helicóptero baixou às quatro da tarde no campo de pouso improvisado à frente da fazenda de D. Iracema Dariva, principal parceira do empreendimento – em sua terra estão sendo instalados uma dúzia de cata-ventos. Para evitar alguma zebra, todo o gado que costuma pastar por ali foi transferido para outro lugar. Para não levantar poeira, a estrada de acesso foi regada por caminhões-pipa. Também parou o trânsito de caminhões pesados na estrada de serviço. A comitiva não era grande: dois ônibus pulmann, meia dúzia de automóveis e alguns carros da imprensa. Junto à guarita de entrada, foi afixada uma faixa tímida: “O PMDB da região saúda o governador Rigotto e o secretário Alceu Moreira”. Não parecia, mas era uma visita política. Ex-prefeito de Osório e deputado estadual pelo PMDB, o secretário da Habitação Alceu Moreira está sob fogo cruzado de adversários políticos, acusado de envolvimento com a máfia da adulteração dos combustíveis.
Rigotto desceu do helicóptero em mangas de camisa e foi levado à base da torre onde estava preparado o show do guindaste importado da Alemanha pela Zandoná. A cena havia sido ensaiada pela manhã e deu tudo certo: numa operação que não durou mais de 30 minutos, foram acoplados os quatro primeiros módulos da primeira das 75 torres de 98 metros de altura. Mesmo de longe dava para ver que, dentro de cada anel metálico, o guindaste carregava um grupo de operários equipados para aparafusar as peças.
Nem o nordestão que soprava forte (30 km/h) na tarde quente (30ºC) atrapalhou a operação, que vai para os arquivos implacáveis da obra e da campanha de Rigotto. “Esse guindaste é ninja”, reconheceu o guarda da guarita central. E avisou: “Já ouvi dizer que agora vem o Lula”. Agora quando? “Ninguém diz. Acho que ele vem sem avisar, pra não levar pedrada.”
Por Geraldo Hasse, de Osório para O Diário dos Ventos, série exclusiva do Ambiente Já e Jornal Já – www.jornalja.com.br