Mudanças para melhorar a vida no zôo
2006-01-12
Até o final deste ano, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul quer acertar as
contas com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). Não se trata de nenhum depósito bancário, mas de se
enquadrar em cerca de 60 itens, como tamanho do recinto dos animais,
distância do público dos bichos e qualidade da água. A proliferação de algas
é uma das preocupações com a chegada do intenso calor.
- Já cumprimos 50% dos cerca de 60 itens apontados pelo Ibama como
necessários. E queremos terminar isso em 2006, que esperamos tornar o ano da
água no zoológico. Mas garanto que todos nossos animais estão muito bem
tratados-, afirma o diretor-executivo do parque, João Carlos Jardim.
Ele destaca a água porque a qualidade daquela bombeada do Rio dos Sinos para
os lagos dos animais caiu muito nos últimos 42 anos. Está cada vez mais
carregada de detritos orgânicos. Com o calor, surge outra preocupação, as
algas podem se multiplicar e se tornar nocivas aos bichos.
A idéia é criar uma estação de tratamento que, além de cuidar dos lagos,
torne a água boa para os animais beberem. Atualmente, para consumo dos bichos,
o parque gasta cerca de R$ 8 mil com a Corsan. Com um tratamento menos
rigoroso do que para o consumo humano, já seria possível amenizar o custo.
Condor ganhou lar que possibilita vôos mais altos
Nesta semana, propostas de tratamento seriam apresentadas. Com a piora da
qualidade do Rio dos Sinos, a chance de algas nocivas se multiplicarem é
maior.
- São algas microscópicas, não essa vegetação verde que vemos boiando no lago.
E as piores tem tom avermelhado-, diz uma das veterinárias do parque, Maria
do Carmo Both.
Mas mesmo essa vegetação verde está sendo removida esta semana, segundo o
diretor-executivo. Enquanto isso, os recintos de algumas espécies estão sendo
adaptados às exigências do Ibama. Os hipopótamos ganharam nova cerca e até um
quiosque para se abrigarem da chuva ou do sol forte. Para o condor, um novo
lar muito mais alto, permitindo curtos vôos. No setor dos primatas,
afastou-se mais os visitantes para a observação.
Mesmo sem as mudanças, a administração garante que a qualidade de vida dos
bichos não deixa a desejar. Quanto à alimentação, duas refeições diárias
garantem a energia. Mas há uma preocupação constante.
- Temos de controlar porque o problema que costuma surgir é a obesidade. Por
isso, temos de ser atentos com certos animais, eles não tem tanto espaço para
gastar toda essa energia- diz a veterinária. (ZH, 12/01)