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2006-01-12
Belo Horizonte deve ganhar mais um parque de preservação ambiental até outubro. A área verde, de aproximadamente 6,5 mil metros quadrados, fica na Vila Clóris, região Norte, entre as ruas Martin Pescador e Sabiá. De acordo com a gerente de licenciamento de infra-estrutura da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Eliana Rocha Furtado, a reserva deverá receber cercas, portões para pedestres e veículos e guarita. “A área abriga uma nascente que precisa de cuidados”, informou.

As obras estão orçadas em R$65 mil e serão feitas pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para compensar os impactos da construção da Estação de Integração Vilarinho, em Venda Nova, que deve começar este mês. Como várias árvores serão removidas para a abertura e alargamento de ruas, implantação de retornos, plataformas e escadas rolantes, a CBTU, em contrapartida, será responsável pela criação do novo parque.

Segundo o coordenador de obras do metrô, Edson Amorin de Paula, o projeto já está em andamento e deve ser executado a partir de junho. ”Temos que entregar o parque pronto até a data do pedido de licença de operação para a estação, em outubro. Portanto, quanto mais rápido fizermos as obras melhor”, afirma.

A dona-de-casa Vera Lúcia Ramos Vieira, de 53 anos, mora com a família há mais de 39 anos na área e ainda não foi comunicada pela Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) de que terá que sair. No lote, que precisa de manutenção, o mato cresce entre as seis casas que abrigam os nove filhos e 23 netos dela. São construções simples, com tijolos expostos e varais, cheios de roupas, espalhados entre as bananeiras. Uma delas, de apenas um cômodo, acabou de ser erguida e ainda não tem móveis.

Vera conta que chegou na vila há aproximadamente 40 anos com o marido, que já morreu. “Morávamos de aluguel e um amigo nosso, da prefeitura, nos disse que não havia nenhum projeto para a área. Viemos para cá por sugestão dele e aqui criamos nossa família”, disse. Naquela época as águas da nascente ocupavam grande parte do terreno e eram usadas nos afazeres domésticos. “Cuidamos disso tudo. Era só mato e água. Capinamos e limpamos o córrego. Eu moro aqui por isso sempre me senti responsável” conclui.

Segundo a dona-de-casa, depois que seu marido morreu, ele tem medo de perder as casas.. Para ela, se realmente for necessária a remoção, o comunicado deve ser feito com antecedência. “Tudo combinado dá certo. Eu acho até bom sair daqui desde que nos levem para um lugar digno. Moramos assim por falta de opção. Nossa vida não é segura no meio deste mato”, afirma.

De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a responsabilidade de remover e reassentar a família é da Urbel. (Estado de Minas, 11/01)

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