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2006-01-12
A presença de sementes de milho transgênico em municípios do Rio Grande do Sul representa um risco para as plantações do produto sem modificação genética, segundo o engenheiro agrônomo e militante do Greenpeace Ventura Barbeiro. Ele afirmou que, com o vento, a polinização pode afetar as plantações tradicionais, alterando também sua composição genética.

"Um dos maiores perigos do milho é o alto poder de polinização, ou seja, de cruzamento. Se um agricultor planta uma pequena área, ela pode contaminar geneticamente as plantações em um raio de 500 metros a 1 quilômetro de distância", disse Ventura. Em entrevista à Agência Brasil, o agrônomo comentou estudos do Ministério da Agricultura que confirmaram a presença de milho transgênico em algumas cidades do Rio Grande do Sul.

Os estudos foram feitos para apurar denúncia do deputado estadual Frei Sérgio Görgen (PT). O parlamentar considera que o grão geneticamente modificado será um problema para a região. "A Associação Gaúcha de Avicultores está desesperada porque se for comprovada a presença de milho transgênico no alimento das aves, a indústria de frango do Rio Grande do Sul vai perder mercados importantes de exportação", afirmou.

O militante do Greenpeace disse que a presença das sementes ilegais é uma prova da fragilidade das fronteiras brasileiras e da falta de leis de biossegurança. "O plantio ilegal de milho transgênico no Rio Grande do Sul é uma prova clara e concreta de que no Brasil não existe uma política de biossegurança e demonstra claramente que a fiscalização é extremamente fraca".

Ventura explicou que o Greenpeace faz parte de uma rede de entidades, que já está se mobilizando para tomar providências em relação ao caso do Rio Grande do Sul. Para o deputado Frei Sérgio, a punição não deve ser para os agricultores, mas para quem trouxe as sementes. "Não quero que puna quem plantou. Quero que puna o contrabandista, o vendedor, a multinacional. A Monsanto deve ser expulsa do país".

Prejuízo do milho transgênico seria igual ao da febre aftosa, afirma ministério
O plantio do milho transgênico, proibido no Brasil, será fiscalizado e o produtor punido severamente, garantiu Francisco Signor, delegado do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul. Segundo ele, "qualquer lavoura de milho transgênico descoberta no estado será destruída, porque os prejuízos seriam iguais ou superiores aos da febre aftosa no gado".

Signor participou semana passada de reunião com representantes de associações e cooperativas de produtores de milho no estado. Também esteve presente à reunião Marcus Vinícius Coelho, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura. Coelho disse ao agricultores que o mais importante é a conscientização sobre os prejuízos que o plantio de milho transgênico traria à economia, não só pela perda de confiança mas também da credibilidade no mercado internacional.

Ficou acertado na reunião que a fiscalização será intensificada. Signor explicou que o único estado brasileiro onde há denúncias do plantio de milho transgênico é o Rio Grande do Sul, e que as sementes chegam ao estado contrabandeadas da Argentina.

Comissão de Biossegurança deve analisar caso de milho transgênico em fevereiro
A partir do mês que vem, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) deve começar a analisar processos a respeito do milho transgênico. Segundo Jairon Nascimento, secretário-executivo da comissão, os processos já chegaram e foram parcialmente analisados. O Ministério da Agricultura fez alguns exames que comprovam a existência de milho transgênico no Rio Grande do Sul.

"Esses processos de milho na CTNBio estão parcialmente analisados e uma das deliberações é que tivessem pareceres de consultores externos", disse Jairon Nascimento. "Todos os pareceres já chegaram e cabe a nós, quando voltar a trabalhar em fevereiro, debruçarmos sobre esses pareceres".

O secretário-executivo da CTNBio acredita que, durante todo o decorrer de 2006, esses processos tenham suas análises concluídas e emitidos os pareceres técnicos de cada um deles. De acordo com Jairon, a CTNBio tem cinco amostras de milho que estão servindo de objetos de análise. Ele acredita que a agilidade dos trabalhos vai depender da primeira reunião da comissão.

"A próxima reunião da CTNBio é em fevereiro. Eu acho que dependendo das condições e do desejo do plenário e membros da CTNBio, esses processos poderão ser agilizados ou não. Fiscalizar não é a responsabilidade da CTNBio. A fiscalização da entrada de sementes ilegais no país é de responsabilidade dos órgãos de fiscalização como o Ibama, Anvisa e Ministério da Agricultura. A CTNBio tem feito a sua parte que é analisar os processos".

Quanto à análise dos documentos, Jairon afirma que os estudos devem ser feitos com cautela pois a situação do milho é mais trabalhosa devido aos riscos de polinização. "Essa questão de milho não é tão simples assim, considerando que o milho é uma espécie que sofre polinização cruzada. Existem riscos de cruzar com outras espécies, o que é uma ameaça à integridade da biodiversidade brasileira, razão pela qual a CTNBio está sendo cautelosa na análise desses processos".
(Informações da Agência Brasil, 11/01)

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