Pequim reconheceu ontem (10/01), após a visita à China do presidente eleito boliviano Evo Morales, seu interesse em investir no setor da energia da Bolívia, mas ressaltou que essa é "só uma parte de suas ambições" no país sul-americano.
O porta-voz de Assuntos Exteriores chinês, Kong Quan, destacou que Pequim ofereceu o investimento de companhias chinesas "fortes e prestigiadas" na economia boliviana e "Morales se mostrou de acordo, convidando mais empresas a entrarem na Bolívia". A fonte oficial acrescentou que na reunião mantida segunda-feira (09/01), entre Morales e o presidente da China, Hu Jintao, o governante do país asiático ofereceu uma proposta de quatro pontos para melhorar as relações entre ambos os países, um deles "o fortalecimento do comércio e da economia".
Kong também apontou que a China fornece assistência econômica à Bolívia e embora tenha reconhecido que "é limitada" destacou que espera que ajude a "promover a amizade e a contribuir para que a Bolívia supere suas dificuldades". Em sua visita de dois dias à China, Morales qualificou o país asiático de "um aliado estratégico" na nova etapa da Bolívia, um país em que dois terços da população vive na pobreza, apesar de ser uma nação rica em recursos naturais.
Morales já anunciou em sua campanha eleitoral seu objetivo de nacionalizar o setor do gás -embora sem eliminar às empresas estrangeiras que operam nele- e eliminar a pobreza "de uma só vez".
Entre as grandes empresas chinesas interessadas em investir na Bolívia encontra-se a Shengli, filial da companhia estatal chinesa Sinopec (a maior refinaria da Ásia), que anunciou em 2004 um investimento de US$ 1,5 bilhão para a busca de petróleo no país sul-americano. O projeto ficou bloqueado em 2005 devido à grande instabilidade política que causou a renúncia do então presidente Carlos Mesa.
(EFE, 10/01/2006)