Terras indígenas ameaçadas pelo desmatamento ilegal em Rondônia
2006-01-11
Um levantamento feito pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostra que as unidades de conservação e terras indígenas do estado de Rondônia estão cada vez mais ameaçadas pelo desmatamento ilegal. Até o fim do ano passado pelo menos 6,3% do total de território desses dois tipos de áreas protegidas já haviam sido atingidos pelo desmatamento, enquanto a média para o resto da Amazônia foi de 1,7%.
Segundo os dados do Imazon, pelo menos 10 reservas já haviam perdido mais de 20% da floresta original. E a taxa de desmatamento, de acordo com os pesquisadores Adalberto Veríssimo, Beatriz Ribeiro e Kátia Pereira, tem aumentado ano a ano. Existem atualmente 84 Áreas Protegidas decretadas em Rondônia. Vinte são terras indígenas, 15 são Unidades de Conservação de Proteção Integral e 49 são Unidades de Conservação de Uso Sustentável. No caso das Unidades de Conservação, a grande maioria (52) é administrada pelo governo estadual, enquanto apenas 12 são gerenciadas pelo governo federal. O desmatamento em área protegida é ilegal. A criação de Áreas Protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas) é uma das estratégias mais efetivas e recomendadas para conservar a floresta amazônica.
- Em sua maioria essas áreas têm funcionado como uma barreira contra o avanço do desmatamento, mas em Rondônia isso não vem funcionando efetivamente - diz Veríssimo.
A taxa anual de desmatamento de algumas dessas áreas também é extremamente alta. Na Florsu do Rio São Domingos, por exemplo, a taxa anual média de desmatamento nos últimos quatro anos foi de 5,7%. Se essa taxa for mantida, a área perderá toda a sua cobertura florestal em oito anos. (O Globo, 10/01)