Serragem da jaula de sagüis mortos não estava contaminada
2006-01-11
O Instituto de Criminalística do Pará descartou a presença de substâncias tóxicas na serragem de madeira que forrava as gaiolas dos 49 sagüis mortos em dezembro no Cenp (Centro Nacional de Primatas), em Ananindeua (PA).
Segundo Orlando Salgado, diretor do instituto, o laudo foi elaborado a partir de duas séries diferentes de testes com serragem, sangue e urina dos animais. A intoxicação pela serragem era a principal hipótese para explicar as mortes.
De acordo com Joaquim Santos, diretor em exercício do Cenp, outros exames da serragem e de amostras biológicas dos sagüis estão sendo realizados pela Ufra (Universidade Federal Rural da Amazônia), pelo Instituto Evandro Chagas, em Belém, e por laboratórios de São Paulo e do Rio de Janeiro.
O Cenp instalou sindicância interna para apurar o caso, que também está sendo monitorado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Washington Pereira, patologista da Ufra responsável pelas autópsias, diz que não encontrou sinais de infecção ou lesões nos órgãos. Mas o laudo oficial deve sair só no final do mês, após a análise de amostras de tecidos e células. Apesar dos testes negativos do Instituto de Criminalística, o patologista ainda considera a hipótese de intoxicação química.
Joaquim Santos, do Cenp, diz não acreditar em intoxicação alimentar ou em infecção viral, pois isso teria provocado um maior número de mortes. Os 49 sagüis dividiam o mesmo galpão com outros 220 animais da mesma espécie, que foram colocados em quarentena e passam bem. A serragem, usada para diminuir a umidade do galpão, não foi mais utilizada após as mortes. (Agência Folha, 10/01)