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2006-01-11
Castilho: "Nosso objetivo é transformar o perfil de produção da Reduc e ser absolutamente correta ambientalmente" A Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, tem plano de investir US$ 1 bilhão no período 2006-2010 com o objetivo de mudar o perfil de produção da unidade, uma das onze plantas de refino da estatal no país. Inaugurada há 45 anos, em janeiro de 1961, pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek, a Reduc, situada na Baixada Fluminense, passará a produzir combustíveis mais nobres e de maior valor agregado.

"Em 2010, a Reduc será uma refinaria absolutamente correta do ponto de vista ambiental, preparada para processar o petróleo nacional e um negócio muito rentável", projeta Edson Kleiber de Castilho, gerente geral da Reduc. Com 1.558 empregados próprios e mais 1,2 mil terceirizados, a Reduc processa 240 mil barris de petróleo/dia, equivalentes a 38 milhões de litros/dia, produz 55 tipos de produtos e responde por 80% da produção nacional de lubrificantes.

Um dos projetos que irá ancorar a mudança do perfil produtivo da Reduc foi acertado no fim de 2005. No dia 29 de dezembro a MPE Participações em Engenharia e Serviços, empresa do grupo MPE, assinou contrato com a Petrobras para execução do projeto, construção e montagem da Unidade de Hidrotratamento de Nafta Leve de Coque da Reduc. O valor do contrato é de cerca de US$ 100 milhões (R$ 238 milhões) e o início da operação da unidade é previsto para janeiro de 2008.

Essa unidade, a primeira do gênero no país, tem a função de estabilizar e retirar o enxofre da nafta conferindo-lhe melhor qualidade. Essa nafta pode ser adicionada à gasolina ou usada como insumo pela indústria petroquímica. "Faremos o máximo dos equipamentos, incluindo itens como tubos e componentes, fora da refinaria seguindo os padrões de segurança, qualidade, saúde e meio ambiente da Petrobras", diz Carlos Maurício Lima de Paula Barros, presidente da MPE. A MPE deve sub-contratar outras das empresas do grupo, a EBSE, para fabricar os equipamentos da unidade da Reduc.

Segundo Castilho, o gerente geral da Reduc, o investimento de US$ 1 bilhão até 2010 contempla a construção de outras duas unidades de hidrotratamento para agregar valor às correntes de combustível: uma de gasolina e uma de diesel. Também está prevista a construção de um turbo expansor para aproveitar os gases de regeneração do sistema de craqueamento catalítico da refinaria e gerar cerca de 14 megawatts (MW) de energia elétrica.

Haverá ainda investimentos em projeto de meio-ambiente, como a modificação e ampliação da planta de águas ácidas.

Castilho disse que os investimentos em equipamentos na Reduc estão focados no processamento do petróleo nacional e em aspectos de qualidade e meio ambiente. O executivo ressaltou que esses investimentos não buscam aumentar a capacidade de refino da Reduc que continuará em 240 mil barris/dia, equivalentes a cerca de 14% do processamento médio de refino da Petrobras em 2005, de 1,758 milhão de barris/dia. O objetivo, disse Castilho, e transformar o perfil de produção da refinaria. Esse processo está em andamento.

Este ano será concluída a construção da Unidade de Coqueamento Retardado, encarregada de fazer a conversão do óleo combustível pesado em diesel, nafta de coque e GLP. A cada litro convertido 70% são transformados nesses três produtos. Os outros 30% correspondem ao coque propriamente dito, usado como insumo por cimenteiras e siderúrgicas. O investimento total no projeto, em execução há três anos, foi de US$ 615 milhões. O valor não faz parte do US$ 1 bilhão a ser investido até 2010.

Em julho do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou na Reduc uma primeira Unidade de Hidrotratamento de diesel, instalada para produzir óleo diesel com baixo teor de enxofre, o que reduz a emissão atmosférica. A unidade produz o diesel marca S 500, que segue padrões de qualidade de primeiro mundo. O produto é distribuído pela Reduc no Rio de Janeiro, Espírito Santo e sul de Minas Gerais. (Valor Online, 10/01)

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