A água chegou bege nas torneiras de Caxias do Sul
2006-01-11
Alencar de Almeida, 37 anos, foi pegar água da torneira para beber no último
final de semana e percebeu que ela estava bege e com gosto. Além disso, no
final da jarra que havia guardado na geladeira havia se formado um pequeno
depósito de cor marrom parecido com terra.
- Na semana passada já tinha acontecido isso e não deu pra usar a água para
nada. Tivemos que jogar fora.-
Alencar, que diz ter lavado o reservatório de água da casa recentemente, vai
ter que repetir o procedimento esta semana. Ele conta que ontem já fechou o
registro da rua para esvaziar a caixa e refazer a limpeza.
- A caixa ficou cheia de terra. Tem que lavar de novo. Fazer o quê?-
Ele não é o único morador da Rua Maravilha, no Distrito Industrial, com
problemas. Seus vizinhos também reclamam. Segundo o vigilante Paulo Borges,
36, a situação é mais grave quando falta água.
- Na hora que ela volta vem sempre com gosto ruim e com esse depósito que não
sei se é terra, se é areia ou outra coisa-, conta Borges.
O diretor-geral do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae),
Marcus Vinícius Caberlon, diz que recebe todos os dias um relatório sobre a
qualidade da água e não sabe de nenhum problema naquela região. Ele sugere
que os moradores façam uma reclamação pelo telefone 195, o que não ocorreu
nesse caso.
- Amanhã, se eles reclamarem no 195, um técnico do Samae vai lá recolher uma
amostra da água para analisar-, garante.
Em níveis normais
A água das quatro barragens que abastecem a cidade não baixou a níveis
preocupantes. Mesmo assim, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae)
acompanha o comportamento das represas para se antecipar a alguma eventual
emergência.
A pior situação é no Faxinal, justamente a barragem responsável por abastecer
a maior parte da cidade (63%). A Maestra melhorou seu nível em relação a
janeiro de 2005, período de estiagem crítica. Já o Complexo Dal Bó e o
Samuara caíram um pouco.
Mesmo que o quadro não seja crítico, é importante consumir água de forma
racional. O Samae mede os níveis d´água diariamente.
- A situação é de normalidade. Não deveremos ter um verão como o do ano
passado, mesmo assim, a população deve economizar água-, diz o
diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon.
Segundo Caberlon, o Faxinal ainda se ressente da estiagem do verão passado.
Devido às grandes dimensões da represa, situada em área rural, às margens da
Rota do Sol, a reposição é mais lenta, pois a terra no entorno ainda absorve
grande parte da chuva, impedindo os arroios de atingirem níveis normais. A
conseqüência é menos água jorrando dos arroios, atrasando a normalidade no
Faxinal.
As demais represas, por serem menores e situadas em área urbana, tiveram a
reposição via arroios normalizada ao longo do ano passado graças às chuvas.
(Pioneiro, 10/01)